O Árabe

Idéias, sentimentos, emoções. Oásis que nos ajudam a atravessar os trechos desérticos da vida...

sexta-feira, 27 de junho de 2025

A EMPATIA

 


Guardai-vos da apatia.

Exercitai, sim, a vossa empatia. Porque, ainda que não pareça, caminhais todos juntos; sois companheiros, na mesma viagem, e é só juntos que conseguireis chegar a bom termo, nessa jornada comum.

Tudo que cada um de vós faça, ou deixe de fazer, no seu dia-a-dia, pode impactar na vida de todos. Até a indiferença pode ser nociva, na medida em que impede a reação coletiva ao dano causado.

Aprendei, portanto, a ocupar-vos dos vossos irmãos; a ver os seus problemas como se vossos fossem. Porque poderá chegar o dia em que as mesmas coisas que os afligem, a vós irão também afligir.

Não julgueis que as doenças alheias jamais chegarão a vós; ou que a pobreza de outrem jamais vos atingirá ou influirá nas vossas vidas. Não sejais indiferentes aos órfãos; vós ou vossos filhos o serão.

Não deveis permitir que o vosso coração se mantenha alheio aos sofrimentos e às alegrias de vossos irmãos; imaginai, por um momento, que ninguém houvesse para dividir as vossas dores e alegrias.

Cultivai, em vós, o hábito de estender a mão àqueles que precisam de apoio; de alegrar-vos com as vitórias de outrem e dividir a dor das suas derrotas. Divididas, a alegria se multiplica; e as dores diminuem.

Repudiai, com todas as vossas forças, a violência. Em qualquer ato de violência, renunciais à vossa humanidade e vossa condição de irmãos: o agredido se torna vítima e o agressor se transforma em culpado.

Encarai, com especial repulsa, as guerras entre os povos e as nações. Porque sempre são motivadas por cobiça, medo, preconceitos ou outro motivo vazio. E as maiores vítimas são os mais inocentes.

Imaginais, acaso, quantas crianças foram mortas, ou tiveram mortos os pais e irmãos, na insensatez criminosa da guerra? Podeis avaliar o sofrimento do jovem a quem enviam, para matar ou ser morto?

Eu vos vejo, festejando o progresso das comunicações; e, paradoxalmente, sentindo-vos cada vez mais sós. Criastes as redes e os grupos sociais e os utilizais para isolar-vos dos que vos cercam.

Eu vos vejo, a despersonalizar cada vez mais as pessoas, que se tornam meros números, quando ocorrem as catástrofes ou as guerras. Cuidais, acaso, que assim diminuam as dores de quem as sofre?  

Precisais sacudir a vossa apatia. Porque, no bojo dessa indiferença coletiva, vos afastais uns dos outros e perdeis a força da união, que vos permitiu sobreviver no mundo de antes, selvagem e perigoso.  

Recuperai, em vós, o sentimento de empatia. Aqueles que dividem a carga, chegam mais longe e com menos esforço do que quem insiste em carrega-la só, ou não se oferece para ajudar o seu irmão.

Exercitai a vossa empatia. Ou perdereis a vossa humanidade.

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sexta-feira, 20 de junho de 2025

ORAÇÃO DO PERDÃO


Senhor,

não permitas que a ira ou o ódio criem raízes em minh’alma.

Pois a ninguém podem estes sentimentos causar maior dano do que àquele que os abriga e por eles se deixa dominar. Assim, perde o prazer de viver e a liberdade de sorrir a sua alegria.

Deixa-me, Senhor, ser livre como até hoje fui; e cantar a minha confiança na Tua bondade e a esperança nos dias que virão. Deixa-me acreditar que o Bem triunfa e o mal foge diante da Tua luz.

E ensina-me que não sou o dono da verdade; pois cada homem tem a sua própria verdade e aferra-se a ela, como se fosse a única. Mostra-me que preciso aprender a ver as verdades alheias.

Ensina-me a ser tolerante, com aqueles que contrariam as minhas vontades. Que eu não lhes conceda o perdão por bondade, mas por sensatez; para que a vingança não me acorrente a eles.

E que esse perdão não seja apenas em palavras, mas venha do mais fundo do meu coração. Porque o desejo de revanche não envenena apenas o sangue, mas a própria essência da alma.

E o perdão, quando é sincero, apaga o rancor, as ofensas e as desavenças, permitindo que comecemos a escrever uma nova página em nossa vida, um novo capítulo em nossa história.  

Ajuda-me a perdoar, Pai, para que eu me torne digno de ser perdoado. Pois ninguém deve desejar, para seus irmãos, senão as coisas que deseja para si mesmo. Colhemos o que plantamos.

Não me cabem  rosas, se ofereço espinhos; nem posso pedir pela luz, se em mim existe escuridão. Ajuda-me, portanto, para que a luz do perdão faça sumir em mim as trevas do ódio e da ira.

Ajuda-me, Senhor, a caminhar leve; sem suportar nos ombros a carga de desejar mal a alguém. Ajuda-me, para que as asas do sonho continuem a levar-me ao reino do Bem, onde impera a paz.

Dá-me a força necessária, para perdoar e esquecer; porque não existirá harmonia entre os homens, enquanto um deles conservar em si a lembrança de ofensas e discordâncias passadas.

Afinal, somos todos companheiros na mesma viagem; e se os nossos caminhos se cruzam, é para que aprendamos a caminhar juntos, num futuro que dependerá de nós tornarmos melhor.

Porque está escrito que ninguém chegará ao final da jornada, enquanto um único irmão ficar para trás. O Bom Pastor não descansará, até que todas as Suas ovelhas tenham retornado ao redil.

Aprendamos, pois, a perdoar. Não com as nossas palavras, nem com as nossas bocas, nem com gestos que não afastam o desejo de vingança, mas o acendem ainda mais, sob as cinzas da falsidade.

Ajuda-nos, Senhor, a perdoar de verdade. Para que as águas do tempo carreguem as nossas mágoas e lavem as nossas almas; para que limpos nos apresentemos ante Ti, quando chegar a hora.

E retornarmos ao Coração do Universo.          

terça-feira, 10 de junho de 2025

AVISO DE AUSÊNCIA

 

AMIGOS: ESTAREI AUSENTE DO BLOG, NESTE FIM DE SEMANA. MAS NÃO SE PREOCUPEM: ESTÁ TUDO BEM COMIGO. O MOTIVO É DE ALEGRIA, NÃO DE PREOCUPAÇÃO.

sexta-feira, 6 de junho de 2025

O SENTIDO DA VIDA

 


Todos procuram entender o sentido da vida.

Mas poucos o conseguem; porque os homens não a veem como ela é. Enxergam a vida através dos seus próprios desejos e dos seus próprios pensamentos; e a Vida vai muito além disso.

Assim, transformam a vida em uma busca incessante daquilo que mais importante lhes parece; e se esquecem de simplesmente viver. Perdem muitos dos momentos que viveriam.

Eis que alguns se encarniçam em busca de riqueza, ou poder; outros procuram por segurança ou conforto; outros se desesperam por saúde; ou por amor. E se angustiam nessa busca vã.

Porque todas essas coisas podem fazer parte da vida, mas não importam mais do que viver; não nos podem fazer esquecer a beleza que é estar vivo. E a Vida é muito mais do que isso.  

Sim: a Vida está muito além de nossos desejos e pensamentos; está além do tempo e do espaço, e até mesmo do que chamamos de vida. Está em todos os lugares, em tudo que existe.  

Está no mar, onde banhamos os nossos corpos e nadam incontáveis peixes, de todos os tamanhos e formas. Está no céu, de onde vem o ar que respiramos e onde as aves voam, elegantes.

A Vida está no espermatozoide minúsculo, que fecunda o óvulo acolhedor; está no ventre que cresce e de onde sairá uma nova forma de vida. Nos abraços e gemidos daqueles que a geraram.

Está na rosa que apodrece sobre o chão e se transforma em adubo, para que outras rosas possam brotar. E na carcaça inerte do animal, onde os abutres se alimentam para seguir vivendo.

Sim: eu vos digo que, mesmo naquilo a que chamais de morte, existe Vida. Porque nada se perde, tudo se transforma; e a Vida se perpetua, por ser a própria arte e razão da transformação.

Olhai ao vosso redor, e em tudo que vereis existirá Vida; a começar por vossos próprios olhos vivos, que enviam as mensagens ao vosso cérebro vivo. Tudo que vedes é Vida transformada.

Mas, por incrível que pareça, ao buscar o sentido da Vida, o homem dela se perde. Como alguém que, preocupado em fotografar os bons momentos que vive, deixa de desfrutar deles.

Não vos preocupeis, portanto, em encontrar qualquer sentido na vida; porque ele não necessariamente existe. O sentido de vida da rosa será, talvez, perfumar o ar e espalhar a beleza ao redor.

Cuidai, sim, de viver. De sentir a Vida em cada momento; na chuva que cai, ou no sol que brilha; na luminosidade do dia ou na penumbra da noite; no amor, ou na saudade, que se alternam.

Porque a Vida não precisa ter sentido: é a Vida!  

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