BALADA DO TEMPO
Costumamos dizer que o
tempo muda todas as coisas.
Entretanto, não é bem
assim. Somos nós mesmos que mudamos; o tempo é, apenas, testemunha do que muda em
nós. À medida que ele passa, as coisas e as mudanças acontecem.
Alguns dos nossos
sonhos se vão; outros chegam, para que possamos seguir em frente. Sorrisos e
lágrimas se perdem na bruma do tempo; e, às vezes, nem mais nos lembramos deles.
Coisas que nos
fizeram chorar parecem engraçadas, depois que o tempo passa; outras, que nos
fizeram rir, de repente perdem toda a graça. Elas são as mesmas, mas nós
mudamos.
Porque a verdade é
que o tempo não é o culpado das nossas tristezas, nem o responsável por nossas
alegrias. Ele não é mais do que o oceano do Universo, no qual estamos
mergulhados.
E, nele, somos como
peixes; fazemos o nosso rumo e definimos o final da nossa jornada. Ainda que
uma ou outra onda possa desviar-nos da rota, somos nós que decidimos nosso destino.
Não é o tempo que
muda as coisas; somos nós. Da decisão de hoje, depende o resultado de amanhã;
nada podemos fazer, senão no presente, mas é o presente que nos leva ao futuro.
Ainda que o tempo,
por vezes, pareça um lago plácido e imutável, ele passa muito rápido; embora a infância
e a adolescência nos pareçam longínquas, foram as manhãs da nossa vida.
Depois que passa o
meio-dia, a tarde caminha com passos ligeiros; antes que percebamos, já as
sombras da noite começam a tingir o horizonte. E, de repente, nossos olhos se
fecham.
Não nos enganemos,
pois, com o tempo. Não acreditemos que amanhã nos será possível fazer o que
quisermos, ou conquistar o que desejamos. Em verdade, nem sempre há tempo.
Desperdiçamos o nosso
tempo. Como o viajante que, no deserto, fura o próprio cantil e se diverte a
observar as gotas que pingam sobre a areia, esquecido de que um dia virá a
sede implacável.
O tempo é o rosário,
onde desfiamos as contas de nossas dores e alegrias, durante as nossas
passagens sobre a Terra. E perde todo o sentido, para quem caminha pela
Eternidade.
Pois, embora uma gota
possa representar a diferença entre a vida e a morte, para a semente plantada na
terra ressequida, nada significa para a chuva torrencial que cai sobre o mundo.
Cuidemos, portanto,
de lembrar que cada segundo é valioso e nos oferece uma nova oportunidade. E
aproveitemos o tempo que nos é concedido, em cada jornada que nos cabe
realizar.
Porque a Eternidade pertence ao nosso verdadeiro Eu.
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Música:
http://ohassan.dominiotemporario.com/midis/1_carmen_cavallaro_autumn_leaves.mid
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