O Árabe

Idéias, sentimentos, emoções. Oásis que nos ajudam a atravessar os trechos desérticos da vida...

sexta-feira, 21 de dezembro de 2012

RECEITA DE NATAL



Cultivai o Amor em vós.
Não o deveis limitar, entretanto, às vossas mulheres; nem aos vossos parentes, nem sequer aos vossos amigos. Derramai-o sobre quantos se acerquem de vós.
Porque aquele que hoje vos é estranho, poderá amanhã tornar-se o irmão de coração que o destino vos trouxe; e dividir as vossas tristezas e multiplicar as vossas alegrias.
Ninguém que caminhe sobre a terra, pode conhecer todas as esquinas e todos os desvios que surgirão em seu caminho. E apenas o Amor pode suavizar a vossa jornada.
É do Amor que nasce a árvore da solidariedade, cujos ramos protegem a mansão do amanhã; cujo fruto mais doce é a compreensão, que em seu interior abriga a Paz.
Amai, sem limites nem restrições. Se assim fizerdes, não vos atingirão o desamor, nem a ingratidão; o Amor, como a caridade, encontra em si mesmo a própria retribuição.
Amai a todos e não conhecereis as inquietações do medo, nem o amargor da solidão. Porque cada homem será um irmão, e o seu coração baterá junto ao vosso coração.
Espalhai o vosso Amor. Porque o homem generoso, que bem alto levanta o seu archote, ao dividir a luz ajuda os seus irmãos e ilumina também o seu próprio caminho.
Fazei do Amor a canção das vossas almas. E assim vos será dado ouvir a voz do Universo, que a todos os momentos se faz presente em vosso verdadeiro Eu.
Protegei as crianças, amparai os idosos e ajudai todos aqueles que necessitam de vós. Porque fostes crianças, sereis idosos e um dia podereis necessitar de alguém.
Não o façais, entretanto, apenas com os vossos bens; nem espereis recompensas. Porque aquele que ajuda buscando a gratidão nada merece, senão a ingratidão.
Porque a caridade é fria, quando nela não existe o calor do Amor.  Como a lua no deserto, que ilumina o caminho do viajante, mas não lhe aquece o corpo enregelado.         
Cultivai o Amor em vós. E pouco importará o vosso credo, pois o Universo abençoará cada um dos vossos passos, os anjos vos chamarão de irmão e conhecereis a felicidade.
Porque o Amor é o enfeite mais belo com o qual podereis adornar os vossos corações. E a sua presença transformará em um Natal de luz todos os dias da vossa vida. 


FELIZ NATAL, AMIGOS, E UM 2013 DE PAZ, AMOR E MUITAS REALIZAÇÕES!
Vamos parar um pouco, mas não é o fim do mundo; 
voltaremos na  primeira sexta-feira de 2013. 

(Não é linda essa minha netinha?) 

sexta-feira, 14 de dezembro de 2012

O AMOR É NATURAL EM NÓS


É do Universo, que vem a essência do Amor. E pretender dominá-lo é como tentar deter o vento, ou impedir a marcha contínua das ondas.

O Amor existe em nós. Com as suas palavras, escrevemos os nossos versos mais lindos; em suas notas, descobrimos as mais belas melodias que pode compor o nosso Eu maior.

Não existem as dores do Amor, mas as suas alegrias. E, se abrirmos a nossa compreensão a esta simples verdade, toda a Vida se transformará para nós.

É o egoísmo, que nos traz os sofrimentos; que faz brotar o ciúme e assim envenena a essência do Amor. Porque o Amor é livre como o vento e voa nas asas de um sorriso,  ou no brilho de um olhar.

Não é por Amor que sofremos, mas por nossas carências. Bastaria sentir verdadeiramente o Amor, para que estas carências fossem preenchidas e o nosso coração voltasse ao Coração do Universo, que é o seu verdadeiro Lar.

Quem Ama, renuncia ao egoísmo; porque é da felicidade do ser amado que nasce a sua própria felicidade. E renuncia às suas angústias, para que não façam sofrer aquele a quem ama. 

O Amor fala às nossas almas, através das emoções; e fala aos nossos corpos, através das sensações. É a ponte maior para o Coração do Universo, porque precisamos dos corpos, para que possamos educar as nossas almas.

O Amor não está contido no desejo; porque o céu não é apenas o brilho das estrelas. E não se restringe à ternura; porque não veríamos o céu noturno, sem as estrelas que atraem o nosso olhar.

Nenhum pecado existe, entre um homem e uma mulher que se ligam pelo Amor. Porque é o próprio Amor que santifica essa união; não as palavras dos sacerdotes, nem as assinaturas nos livros das leis.

Apenas o Amor pode ligar para sempre as nossas almas; porque, como o nosso Eu maior, é na Eternidade que estão as suas raízes e o seu verdadeiro mundo.

É para o Amor que todos caminhamos; ainda que disto não nos demos conta. E é a sua falta que faz nascer em nós um vazio impreciso, aquela inquietação que a nossa razão não consegue explicar.

O Amor é natural em nós.

É a verdadeira essência do nosso Eu maior.

sexta-feira, 7 de dezembro de 2012

AS MINHAS PALAVRAS



Deixai-me falar aos vossos corações.
Ainda que as vossas vozes não ecoem a minha voz. Porque os ventos não reproduzem a canção do oceano, mas mesmo assim a levam consigo ao redor do mundo.
Eu não vos peço que aceiteis como verdades as minhas palavras. Pois cada homem tem as suas próprias verdades e o solo não aceita a pá que brutalmente o invade.
Acolhe, entretanto, a pequenina semente que o vento traz. E permite que deite raízes e cresça aos poucos, até tornar-se a planta dadivosa que oferta a sombra amiga.
Eu vos peço, portanto, que me escuteis; porque é através dos ouvidos do corpo que a ideia consegue chegar ao universo da alma, onde mora o vosso verdadeiro Eu.
E devo, por isto, permitir que não seja eu a falar-vos, mas o meu verdadeiro Eu; para que as suas palavras encontrem guarida no solo generoso e fértil dos vossos corações.
Este é o meu papel. Todavia, sei que ninguém poderá fazê-las florescer senão cada um de vós, que as regará com as suas próprias lágrimas e as aquecerá com os seus sorrisos.
Porque é assim que é. Ao mensageiro cumpre apenas fazer-se ouvir e cuidar para bem transmitir o ensinamento, ainda que às vezes as suas imperfeições possam alterar a mensagem.
Assim como a flauta imperfeita produz ocasionalmente uma nota dissonante, quando a atravessa  o sopro inspirado e cuidadoso do artista, por mais linda que seja a melodia.
Eis que não sou o artista; nem sequer a melodia, nem o sopro criador. Mas tão somente a flauta humilde, que busca fazer-se ouvir, tentando cumprir a missão para a qual foi criada.
Não me julgueis, portanto, generoso ao distribuir as minhas palavras; até porque nem mesmo me pertencem. Generosos sois vós, que vos dispondes a escutar a minha alma.
Generoso é o solo onde a semente frutifica; e eu vos agradeço, porque sois os guardiões das minhas palavras, que se perderiam ao vento se não as acolhessem os vossos corações.
Eu vos agradeço, pelo muito que todos os dias me ensinais. Pois o homem não aprende senão com as próprias experiências, mas necessita dividí-las com os seus irmãos.
Deixai-me falar aos vossos corações. Para que o eco das minhas palavras possa trazer-me a fé que orienta, a esperança que sustenta e as forças para prosseguir a jornada.
Para que eu possa falar ao meu próprio coração.   

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