O Árabe

Idéias, sentimentos, emoções. Oásis que nos ajudam a atravessar os trechos desérticos da vida...

sexta-feira, 31 de outubro de 2014

O MUNDO DOS LIVROS


Eu vos aconselho que busqueis os livros. 

E que assim façais não por obrigação; mas como quem busca a companhia agradável de um amigo. Pois ninguém existe que encontre prazer em algo que é forçado a fazer.

E a leitura deve ser um prazer, não um fardo. Pois a cultura não é um peso que carregueis às costas; antes vos traz as asas do Conhecimento, que sustentam os vossos voos.

Acostumai-vos a ver nos livros não as letras que cobrem as suas páginas, nem as palavras que formam; mas o mundo que existe nos sentimentos e nas ideias que vos transmitem.

Buscai, sim, os livros; como buscais os vossos amigos e os vossos mestres. Porque neles muitas vezes encontrareis o reconforto que desejais e a orientação da qual necessitais.

Não vos deixeis iludir por seu silêncio ou sua imobilidade. Porque silenciosas e imóveis também vos parecem as portas e, todavia, por elas acedeis a lugares novos e acolhedores.

E assim acontece aos livros, portais por onde as vossas almas e a vossa imaginação atravessam para viagens maravilhosas e inesquecíveis, que vos tornam pessoas melhores.

No seu silêncio, os livros vos contam belas histórias e vos trazem informações variadas e completas; na sua imobilidade, vos levam a viajar em sonhos e pensamentos.

Deveis aprender a ouvir a voz dos livros. Porque, mesmo em meio ao mais absoluto silêncio, ela prescinde dos vossos ouvidos e fala diretamente ao vosso verdadeiro Eu.

Deveis aprender a ouvir a voz dos livros. E quanto antes o fizerdes, mais cedo conhecereis o mundo maravilhoso do qual só eles vos podem contar e ao qual só eles vos podem levar.

Um mundo encantado, onde existem fadas e bruxas, princesas e cavaleiros, dragões e gnomos. Onde um beijo transforma um sapo em príncipe, ou desperta uma bela donzela.

Este é o mundo dos livros. Onde encontrareis não só o aprendizado, a ciência e a religião, mas também o romance, a magia e a aventura; onde o impossível se torna possível.

Buscai o mundo dos livros. É nele que voareis por entre as estrelas e  andareis no fundo dos mares; de tudo sereis capazes neste mundo maravilhoso, que só conhece um limite. 

A vossa imaginação.

Música: 
http://ohassan.dominiotemporario.com/midis/carmen_cavallaro_whispering.mid

A convite da Luma (http://luzdeluma.blogspot.com.br), estamos participando do BookCrossing Blogueiro, que acontece de 8 a 16 de novembro. Basta doar um livro, escrevendo nele que, depois de lido, deverá ser novamente doado, e divulgar esta iniciativa no seu blog ou nas redes sociais. Vamos ajudar esse Brasil a ler? Maiores detalhes no blog da Luma.    

sexta-feira, 24 de outubro de 2014

A CANÇÃO DA DIVERSIDADE


Deixai que eu vos fale da diversidade.
Porque, assim como é a diferença das cores que forma a beleza do arco-íris, são as diferenças entre as pessoas que tornam completo e fascinante o vosso mundo.
Imaginais, acaso, um jardim formado apenas por flores iguais umas às outras? Ou uma tela em que o artista utilize apenas uma cor? Ou a canção com uma única nota?
Não o podeis, decerto. Nem vos é dado imaginar como seria a vossa vida se não existissem o dia e a noite, o sol e a chuva, os continentes e os oceanos, o riso e a lágrima.
A diversidade está em vossa natureza; faz parte de vós. Sois como as folhas de uma árvore, que de longe parecem idênticas, mas na realidade são diferentes entre si.
É assim que é. E, se insistis em negar a diversidade, em impor as vossas crenças e os vossos padrões de comportamento, não é por maldade que o fazeis, mas por medo.
Esta é a verdade. Porque o homem teme aquilo que não conhece e não entende; como a criança assustada que se encolhe sob a cama, enquanto o trovão ribomba no ar.
Esta é a origem do vosso medo da morte; das vossas religiões e das vossas fobias; dos vossos deuses e dos vossos demônios. Da intolerância contra os que são diferentes.
Podeis, entretanto, irar-vos contra a tâmara por não ser o pêssego nem a ameixa que desejáveis? Ou apedrejar o gato por miar e não ser capaz de latir como os cães?     
Assim como é a árvore que define as características do fruto, é a genética que determina como será cada pessoa; ninguém pode ser diferente do que é.
E, se assim permite o Coração do Universo, é necessário que assim seja. Pois cada ser humano recebe as vestes e os apetrechos de que precisa, para cumprir a sua jornada.
A diversidade compõe a harmonia do universo. Recordai que cada instrumento tem um som próprio e juntos fazem nascer a música encantadora da orquestra.
Aceitai, portanto, os vossos irmãos. Aprendei a entender que não são as cores, nem os desejos, nem os idiomas que vos separam, mas os preconceitos e a intolerância.
Mais bela é a revoada, quando mais coloridas são as borboletas que voam juntas. Mais perfumado é o jardim, quando flores de diversos tipos lançam ao ar o seu aroma.
Mais feliz será a humanidade, quando caminhardes juntos.

sexta-feira, 17 de outubro de 2014

BALADA DA ANGÚSTIA


Deixai-me buscar o Coração do Universo.
Pois necessito que se renove a minha fé, para prosseguir a jornada. E, às vezes, os ventos constantes desviam da rota desejada o barco, quando fraqueja o timoneiro.
Porque ninguém existe que mantenha durante todo o tempo o otimismo, ou acredite na bondade do Pai, quando os embates da vida o castigam por um longo trecho do caminho.
E, entretanto, é na hora da dúvida que mais necessário se faz acreditar. Como é quando nos castiga a sede, que mais necessitamos da água pura e límpida da fonte.
Deixai, portanto, que eu mergulhe no silêncio e me perca em mim mesmo. É no silêncio do verdadeiro Eu, que mais fácil se torna ouvir a voz do Universo e a canção da Vida.

Assim é. Ao mergulhar no Infinito, encontramos a centelha divina que persiste sob os nossos temores e as nossas dúvidas. E no seu brilho descobrimos as nossas respostas. 
Concedei-me, portanto, um breve instante de descrença e solidão. Deixai que eu me sinta desamparado como a criança que, assustada, busca a segurança do colo paterno.  
Porque minha alma precisa desse instante e desse temor, para que possa voltar a acreditar; como a semente necessita da escuridão do solo, para que possa germinar.
Ignorais, acaso, que através do medo o homem despertou para a existência de Deus? Que o primeiro homem a dobrar os seus joelhos sobre a terra o fez ao ribombar do trovão?
E, ainda hoje, assim acontece. Mais facilmente cedemos ao açoite, do que à gentileza; mais rapidamente nos movem o temor e a necessidade, do que o amor e a gratidão.
Como o esterco malcheiroso aduba a terra, para que brote mais forte a planta, são as dores e adversidades que fortalecem o nosso verdadeiro Eu e nos fazem acordar para a fé.
Esta é a verdade. Quanto mais densa é a escuridão, mais importante se torna a luz; é em meio às maiores dificuldades, que mais devemos manter a confiança no Universo.
Deixai, pois, que eu me recolha a Ele. Que, hoje, não vos fale das minhas certezas nem das minhas descobertas; mas reparta convosco a inquietação que visita minha alma.
Pois, ao confessá-la a vossos ouvidos e vossos corações, sei que a coloco aos pés do Infinito. E Dele me virá a força para ultrapassar mais este trecho árduo do caminho.
Que também é parte da minha jornada.  

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