O Árabe

Idéias, sentimentos, emoções. Oásis que nos ajudam a atravessar os trechos desérticos da vida...

sexta-feira, 26 de fevereiro de 2021

A LIÇÃO DO ESPELHO

 


Deveis aprender a lição do espelho.

Pois, quando nele vos olhais, nada vedes senão a vossa própria imagem. E nenhum de vós esperaria ver refletida a figura de outra pessoa; sabeis que cada um pode ver apenas a si mesmo.

Entretanto, não é assim que fazeis em vossos relacionamentos. Porque esperais de todos que vos cercam as mesmas reações que tendes, diante dos incidentes que ocorrem em vosso caminho.

Acreditais que todos pensam como pensais, sentem como sentis, têm os mesmos valores que vós e abrigam os mesmos pensamentos? Sabei, então, que não existem duas pessoas iguais.

E, se assim é, cada um sabe apenas de si mesmo. E esta é a primeira lição que necessitais aprender, para compreender os que caminham convosco e tolerar aquelas que, julgais, sejam suas falhas.

Não podeis julgar alguém, sem conhecer as suas motivações e a sua forma de ser, sentir e pensar. Sem haver experimentado a sede, ninguém pode condenar o homem que esvazia o cantil.

Ninguém aprende a construir pontes, sem precisar cruzar um abismo; ou a nadar, sem ter que atravessar a água. Porque cada homem tem as suas próprias razões, necessidades e habilidades.

Esta é a lição do espelho: cada um vê apenas a sua própria imagem. E, por isto, ninguém pode presumir o que outro pensa ou sente; porque não vê refletido senão o seu próprio coração.

Abandonai a insensata presunção de julgar as ações alheias por vossos parâmetros. Se mesmo os navegadores mais experientes são enganados pelos ventos, o que dizer de sentimentos?

Cuidai de entender o vosso próprio coração e as vossas próprias razões; assim entendereis, talvez, que o fazeis é projetar nos outros as vossas emoções e julgar que reagirão como o faríeis.

Diz o provérbio que “O bom julgador, por si julga os outros”. Recordai-o, da próxima vez que presumirdes as motivações de alguém. E perguntai-vos, antes, se não seriam as vossas motivações.

Pois, assim como no espelho vedes apenas a vossa imagem, é apenas a vós que podereis compreender. E, acreditai-me, isto é bem mais difícil do que parece. Poucos entendem a si mesmos.

Não vos inquieteis, portanto, em presumir as razões e os sentimentos daqueles que vos cercam. Importante é conhecerdes as vossas razões e os vossos sentimentos, para que encontreis paz.

Conhecei-vos. Aprendei a admitir a vossa pequenez e a vossa grandeza; os vossos defeitos e as vossas qualidades. Assim, espalhareis entre os outros o que tendes de melhor em vossas almas.

E eles são como espelhos, a refletir em vossa direção o que recebem de vós.

Música:

http://ohassan.dominiotemporario.com/midis/1_roger_willians_las_hojas_verdes_del_verano.mid

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sexta-feira, 19 de fevereiro de 2021

ORAÇÃO DA VITÓRIA


Assim como há um pouco do pai em cada filho,

Há um pouco do Pai em cada um de nós.

E, se a Sua força é infinita,

Seremos capazes de tudo, com esse pouco.

 

A nossa vida é a nossa história,

Os sentimentos são a nossa linguagem.

A fé é a nossa defesa,

Os nossos atos são os nossos testemunhos,

O amor que despertamos resume o que somos.

 

Aquele que se sabe amado, tudo pode.

O que sabe viver encontra a paz

E, ainda que contra ele se levante o sol,

Sempre terá o seu oásis, onde encontrará

A sombra do amor e o refrigério do afeto,

Para descansar das batalhas, 

Até que venha a vitória final.

 

E com o Pai, a vitória virá.

Porque a Verdade sempre prevalece

E a nossa Verdade está em nós;

Não onde os homens a procuram,

Mas em nosso Verdadeiro Eu.

Música:

http://ohassan.dominiotemporario.com/midis/canto_gregoriano_all_by_myself (1).mid

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sexta-feira, 12 de fevereiro de 2021

A MORTE E A VIDA

Talvez, algum dia, consigamos admitir que todos morreremos.

A diferença é um dia a mais, ou a menos; mas todos nós seguimos o mesmo caminho, que nos leva à Grande Viagem. Assim é, desde o início dos tempos; e assim será, até o fim dos dias.

Esta é a única certeza que temos. E não nos cabe perguntar se a morte chegará; porém, o que ela significa. Porque a única certeza que temos, nesta vida sobre a Terra, é que a morte virá.

A pergunta, portanto, não é se morreremos; nem sequer quando isto acontecerá. É o que virá, depois da morte; se é o fim de tudo, ou somente um patamar de descanso, para outra jornada.

E, ainda que assim seja e possa o nosso verdadeiro Eu passear pelos jardins da Eternidade, a verdade é que aqui nada restará do que agora somos; e seremos afastados de tudo que temos.

Cultivemos, pois, o desprendimento; este é o caminho sensato, exista ou não a vida após a morte. Sejamos altruístas e viveremos melhor, semeando a felicidade e o amor, ao longo da jornada.

Porque é certo que um dia será o nosso dia. E, então, nada levaremos, senão o que aprendemos; e nada ficará de nós, senão as sementes que houvermos plantado ao nosso redor.

Para cada um de nós, como às arvores acontece, é certo que, um dia, a morte virá. E, ainda que continuemos vivos, em nossas sementes, outros seremos; esta é a realidade, neste mundo.

Aceitemos a realidade da morte e outra será a nossa conduta, durante a vida. Sabendo que um dia nos iremos, cuidaremos de aproveitar cada dia e atentar mais às coisas mais importantes.

Compreendendo que, um dia, tudo que tivermos aqui deixaremos, menos nos esforçaremos para acumular bens; e mais tempo nos sobrará, para vivermos a vida com sabedoria e intensidade.

Bem sei que todos nos sentimos desconfortáveis, diante da simples ideia da morte; porém, se a aceitarmos como imprevisível e inevitável que é, mais confortáveis estaremos durante a vida.

Porque aprenderemos a ser gratos, por cada dia que tivermos. E, diante da magnitude e da realidade inegável da morte, menos incomodados nos sentiremos pelas contrariedades do dia-a-dia.

Aprendamos a conviver com a ideia da morte; e outra será a nossa perspectiva da vida. Porque o homem que sabe limitada a água do seu cantil, não se expõe ao sol causticante do deserto.

É a certeza da noite, que nos anima a trabalhar e aproveitar bem o nosso dia; como é a certeza de que o dia virá, que nos leva a procurar o descanso à noite. A morte não nos deve assustar.

Mas ensinar-nos a valorizar a vida.

Música:

http://ohassan.dominiotemporario.com/midis/1_ernesto_cortazar_misty.mid

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sexta-feira, 5 de fevereiro de 2021

O TEMPO DE CADA JORNADA


 

Sim; é verdade que não estaremos aqui para sempre.

Entretanto... não morre a semente, para que a planta possa brotar? E não continua viva em todos os seus galhos, ramos e flores? Acaso não continuaremos vivos, nos frutos que deixaremos?

O que importa não é a duração da jornada, mas o seu desenrolar; mais vale uma viagem curta, porém intensa, do que uma que seja longa, mas nada nos ofereça de proveitoso ou agradável.

Assim como não são determinantes os obstáculos ou as belezas do caminho, mas a forma como reagimos a cada um. Em qualquer caminho que escolhermos, existirão dificuldades e encantos.

Muitas e muitas vezes, eu vos tenho repetido estas palavras. Porque viver muito não é viver durante muito tempo, mas saber aproveitar cada momento que nos é concedido sobre a Terra.

Aquele que sabe ter o suficiente, não se preocupa com as posses. Da mesma forma, o homem que aprende a desfrutar da Vida deixa de temer a morte; apenas a vê como uma passagem.

Esta é a lição que vos tento ensinar: não nos devemos preocupar com o futuro de nossos filhos. Necessitamos, antes, torná-los capazes; para que cada um construa o seu próprio futuro.

Como não devemos temer a separação daqueles que amamos. Porque o amor, quando verdadeiro, é um imã que nos atrai para o Coração do Universo; e um dia nos encontraremos novamente.

Esta é a maneira como o tempo me ensinou a ver a Vida. E ainda que, como todos, não deixe de temer o desconhecido, não é no medo da morte que me concentro; mas sim em viver. 

Por isto, eu vos tenho dito: embora não nos seja possível evitar as alegrias e tristezas que nos traz o tempo, cabe-nos escolher como reagiremos a cada uma. E esta escolha define a nossa vida.

Repetirei esta verdade, enquanto me for dado falar-vos. Pois devemos compartilhar, sempre, as lições que aprendemos; e, ao ouvir os vossos corações, sei que abrigamos as mesmas dúvidas.

Estou tranquilo, quanto à minha próxima partida. E, confesso, já me doem as costas e os ombros, sob o peso dos anos; a jornada caminha para o fim e o descanso tem lá os seus atrativos. 

Porque a verdade é que nada dura para sempre; pelo menos, da forma que entendemos enquanto estamos aqui. A Vida é como o oceano, cujas ondas se renovam sempre, uma após outra.

E, ainda que tudo pareça mudar, na verdade nada muda; porque é o mesmo o oceano. Com as suas conchas, o azul das suas águas, os seus peixes e o seu profundo e insondável mistério.

Como a própria Vida.

Música:

http://ohassan.dominiotemporario.com/midis/1_orquestra_caravelli_caravelli_la_mer.mid

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