A LIÇÃO DO ESPELHO
Deveis aprender a lição
do espelho.
Pois, quando nele vos
olhais, nada vedes senão a vossa própria imagem. E nenhum de vós esperaria ver
refletida a figura de outra pessoa; sabeis que cada um pode ver apenas a si mesmo.
Entretanto, não é assim
que fazeis em vossos relacionamentos. Porque esperais de todos que vos cercam
as mesmas reações que tendes, diante dos incidentes que ocorrem em vosso
caminho.
Acreditais que todos
pensam como pensais, sentem como sentis, têm os mesmos valores que vós e
abrigam os mesmos pensamentos? Sabei, então, que não existem duas pessoas iguais.
E, se assim é, cada um
sabe apenas de si mesmo. E esta é a primeira lição que necessitais aprender,
para compreender os que caminham convosco e tolerar aquelas que, julgais, sejam suas falhas.
Não podeis julgar
alguém, sem conhecer as suas motivações e a sua forma de ser, sentir e pensar. Sem
haver experimentado a sede, ninguém pode condenar o homem que esvazia o cantil.
Ninguém aprende a
construir pontes, sem precisar cruzar um abismo; ou a nadar, sem ter que
atravessar a água. Porque cada homem tem as suas próprias razões, necessidades
e habilidades.
Esta é a lição do
espelho: cada um vê apenas a sua própria imagem. E, por isto, ninguém pode presumir o que outro pensa ou sente; porque não vê refletido senão o seu próprio coração.
Abandonai a insensata
presunção de julgar as ações alheias por vossos parâmetros. Se mesmo os
navegadores mais experientes são enganados pelos ventos, o que dizer de
sentimentos?
Cuidai de
entender o vosso próprio coração e as vossas próprias razões; assim
entendereis, talvez, que o fazeis é projetar nos outros as vossas emoções e
julgar que reagirão como o faríeis.
Diz o provérbio que “O
bom julgador, por si julga os outros”. Recordai-o, da próxima vez que
presumirdes as motivações de alguém. E perguntai-vos, antes, se não seriam as
vossas motivações.
Pois, assim como no
espelho vedes apenas a vossa imagem, é apenas a vós que podereis compreender.
E, acreditai-me, isto é bem mais difícil do que parece. Poucos entendem a si
mesmos.
Não vos inquieteis,
portanto, em presumir as razões e os sentimentos daqueles que vos cercam. Importante é conhecerdes as vossas razões e os vossos sentimentos, para que encontreis paz.
Conhecei-vos. Aprendei
a admitir a vossa pequenez e a vossa grandeza; os vossos defeitos e as vossas
qualidades. Assim, espalhareis entre os outros o que tendes de melhor em vossas
almas.
E eles são como espelhos, a refletir em vossa direção o que recebem de vós.
Música:
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