A GRAMA E O CAMINHO
A grama
não é mais verde de nenhum lado da cerca.
Se
assim às vezes nos parece, isto se deve apenas à distância, que nos separa do
outro lado e não nos deixa ver as imperfeições existentes no gramado, tão belo quando visto ao longe.
Assim
como o céu, que do solo vemos vestido em azul e de perto se mostra
como o imenso vazio que realmente é, acontece com a vida dos outros, que nunca
é como pensamos.
Porque –
e lembro-me de isto já vos haver dito – nenhuma das nossas caminhadas sobre a
Terra nos conduzirá à felicidade; todas elas nos levarão, tão somente, ao
aprendizado.
Este, sim, pode algum dia fazer-nos felizes. Mas, quando isto acontecer, já
não andaremos por estes caminhos; passearemos entre os Jardins do Amanhã, na
Mansão da Eternidade.
Pois este mundo, onde vivemos, não é o da felicidade; mas o do estudo e da expiação. E, se nos é dado viver alguns momentos felizes, é para renovar as nossas forças na jornada.
Bem-aventurados,
entre nós, aqueles a quem a Felicidade mostra o seu rosto, ainda que por breves
instantes. Porque o brilho dos seus olhos iluminará o caminho que percorrerão.
Não nos
ocupemos com a grama do vizinho; cuidemos, antes, de zelar pela nossa grama. É nela, que pisarão os nossos pés; é nela que andaremos,
durante a nossa caminhada.
De nada
nos adianta desejar algo que não nos pertence; e menos, ainda, abrigar a
frustração pelas flores que vemos no jardim do vizinho. Devemos plantar as
nossas próprias flores.
Porque,
embora tudo comece com um sonho, não se realiza senão com o trabalho. O sonho é
como a semente, que precisa ser plantada e cuidada, quer venha ou não a
colheita.
Cuidemos, pois, de lançar as nossas sementes. E lembrar que precisamos estar atentos
hoje, se desejamos uma boa safra amanhã. Porque é no dia-a-dia que plantamos o nosso futuro.
Vivamos,
intensamente, cada um dos nossos momentos. Se não nos é dado saber quando a
Felicidade nos mostrará o seu rosto, sempre devemos estar prontos para acolhê-la
em nós.
Ou
correremos o risco de jamais chegar a conhecê-la. Porque é difícil encontrar a felicidade,
quando as sombras do medo e da frustração enevoam os olhos do nosso verdadeiro
Eu.
Dediquemo-nos a seguir o nosso caminho. Procuremos fazê-lo com o coração leve, alijando de
nós todos os sentimentos negativos; aqueles que nos tolhem e agrilhoam os nossos
pés.
Pois é assim que mais verde nos parecerá a nossa grama.
Música:
http://ohassan.dominiotemporario.com/midis/1_carmen_cavallaro_smile.mid
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