O Árabe
Idéias, sentimentos, emoções. Oásis que nos ajudam a atravessar os trechos desérticos da vida...
sexta-feira, 29 de abril de 2011
sexta-feira, 22 de abril de 2011
CANÇÃO DA PÁSCOA
E o Universo vos fala, em todos os momentos de todos os vossos dias. No sol e na chuva, nos sofrimentos e nas alegrias, na criança e no idoso, no dia e na noite.
O Universo vos fala de Amor. Do amor que vos trouxe ao mundo, do amor que em vossos lábios colocou o seio generoso, do amor que protegeu os vossos primeiros passos.
O Universo vos fala do Amor que traz a união. Da paz entre os homens, do perdão que liberta, da solidariedade que multiplica, da compreensão que aceita as diferenças.
O Universo vos fala no silêncio da solidão e na canção maravilhosa da companhia; nas vossas esperanças e nos vossos desenganos, que ao aprendizado vos conduzem.
Em tudo, vos fala o Universo. Na magia da brisa, que assobia nas folhas e acaricia os vossos cabelos; e no estrondo da tempestade, que vos fascina e amedronta.
Mas é sobretudo na Vida, que vos fala o Universo. Olhai ao vosso redor, e descobrireis que a morte não é senão uma ilusão dos sentidos; que a Vida se renova a cada dia.
Assim acontece porque o Universo é Amor. Sustenta o equilíbrio dos astros, e faz brotar as plantas, e da pedra bruta faz surgir a nascente cristalina que torna possível a vida.
Esta é a maior das lições. E, uma vez que a tenhais aprendido, fácil vos será erguer em vossos corações o mais belo dos templos; porque é com Amor que o construireis.
E nele ressoará para sempre a voz do Universo.
FELIZ PÁSCOA, AMIGOS!
sexta-feira, 15 de abril de 2011
FILHOS DO VENTO
Pois aquele que imagina estar diante do mar, não conseguirá atravessar o rio que surge em seu caminho; e o homem que teme o deserto jamais conhecerá a beleza do oásis.
Eu vos tenho dito, e repetirei enquanto me quiserdes ouvir, que a ninguém o Universo delega uma tarefa superior às suas forças; e a própria natureza nos mostra essa verdade.
Pois a abelha, que não é capaz de criar uma flor, em suas patas carrega o pólen que a fará brotar; e a árvore majestosa provém da pequenina semente que a ave jogou sobre o solo.
A carga é necessária, para que possamos conhecer as nossas forças. A formiga não saberia que é capaz de carregar uma folha imensa, se um dia não o houvesse tentado.
E o homem, que por muito tempo se encolheu sob a fúria do vento, foi o mesmo que aprendeu a utilizá-lo para mover as suas embarcações e moer os seus grãos.
Em verdade, cada um de nós escolhe a sua própria carga; porque são os nossos atos e as nossas decisões que, no dia de hoje, decidem como será o nosso amanhã.
Aquele que chora a perda de um amor, decerto não o soube valorizar no passado; como o que lastima a perda de suas posses apenas atesta a própria imprevidência.
Breve é a nossa passagem sobre a terra. E ainda mais efêmeras são as nossas alegrias e as nossas tristezas, que embora durem eternos segundos não se cristalizam no tempo.
Esta é a verdade. E, no dia em que formos capazes de aceitá-la, outra será a nossa compreensão do mundo onde vivemos, do Universo que nos cerca e da Sua voz que existe em nós.
Filhos do vento, eis o que somos. E não nos deveríamos preocupar em amealhar riquezas, colecionar amores ou buscar as glórias do mundo. Em vento se tornará tudo aquilo que tivermos.
Todas as coisas são passageiras, e ao fim do caminho só o percurso restará. Como, depois de tombada a rosa sobre a terra, o seu perfume e a sua beleza vivem apenas nas lembranças de quem a viu florir.
E, entretanto, perseguimos as ilusões do corpo; como se nelas estivesse a nossa felicidade, e delas dependesse o nosso amanhã, esquecidos de que cada amanhã será apenas o início de uma nova jornada.
UPGRADE EM 16/04/2001: Da amiga Rosa (http://rosinhag.blogspot.com), recebemos este belo selinho, que pedimos licença para oferecer a todos vocês, que fazem o nosso oásis. Obrigado, Rosa, pela gentileza e amizade!
sexta-feira, 8 de abril de 2011
O ABANDONO E A VIOLÊNCIA
Podeis, decerto, fechar os vossos olhos.
O que direis, entretanto, ao vosso coração? E à consciência, que é a voz do Universo em vosso verdadeiro Eu? E à inteligência, que vos alerta do perigo à vossa própria segurança?
Como podereis encarar o futuro, se o presente vos mostra o descaso com o passado? Como acreditar em um mundo que não é capaz de socorrer aos que da caridade necessitam?
É verdade, sim, que na própria natureza existe a violência. Porque os raios castigam a terra, os furacões deitam por terra as árvores, e os animais abatem as suas presas.
Esta é a violência a serviço da Vida. E cessa tão logo sejam saciadas as necessidades que a geraram, pacificada a natureza, defendida a sobrevivência.
Entre os homens, todavia, não é assim a violência. Que não é necessária à vida, mas atende aos vossos desejos e às vossas vontades; que por vós mesmos é criada.
É no preconceito, no medo, no orgulho e no egoísmo, que estão as suas origens; e continuará a existir, enquanto estes sentimentos habitarem os vossos corações.
Entre vós, a violência é, antes de tudo, o braço armado da miséria; é o brado de angústia dos oprimidos, a revolta dos abandonados, a vingança dos que se vêem desprezados.
Entre vós, a violência traz a estupidez das guerras; que não nascem da necessidade dos povos, mas do orgulho dos governantes. Que deixam viúvas e órfãos, em nome de palavras vazias.
Entre vós, a violência reflete os preconceitos. Como se a cor da pele, as crenças religiosas e a orientação sexual criassem um abismo intransponível entre aqueles que, na verdade, são irmãos.
Entre vós, a violência está na covardia de pessoas que temem os mais fortes e abusam dos mais fracos; que maltratam e matam idosos, mulheres e crianças, para ocultar os seus próprios medos.
Assim é a violência entre os homens. E procedeis como o criador que se queixa da criatura, esquecidos de que apenas de vós depende erradicá-la de vossas vidas e de vosso mundo.
Buscai o amor, a solidariedade e a paz. Exercitai a tolerância, praticai a caridade. Promovei a justiça e o entendimento entre os homens, amparai os necessitados. Assim a afastareis de vós.
Podeis, decerto, fechar os vossos olhos.
sexta-feira, 1 de abril de 2011
NO BALANÇO DA VIDA
Sorrisos felizes; palavras lançadas ao vento, que incrustadas permanecem em nossos corações. Emoções que os anos não conseguem levar, porque são parte de nós.
Apenas lembranças, talvez. Nada, entretanto, permanece tão vivo na alma do homem, quanto a doce lembrança de instantes eternos, em que lhe sorriu a felicidade.
Uma tarde... quem sabe, uma manhã? Um balanço sob a árvore, uma boneca no chão, uma noite em que a lua traçava o seu cone de prata nas águas calmas do mar.
O tímido toque das mãos, um olhar envergonhado, o primeiro beijo. A espera docemente angustiante, a voz que acaricia os ouvidos, a beleza do rosto querido.
As flores da primavera, com suas cores e aromas, a embelezar o mundo; o cheiro da terra molhada, o calor suave do sol fazendo brilhar as gotas da chuva recente.
Quem saberia dizer quais os seus momentos? Todos os temos, todavia; e com eles formamos a colcha de retalhos que nos aquece a alma, nas horas de solidão.
Momentos de vida. Fragmentos do tempo. Instantes em que o coração bateu mais forte; em que os sonhos se tornaram reais e as emoções coloriram o mundo.
Sonhos. Como drops de felicidade; como bolhas de sabão, a refletir a luz dos nossos sentimentos e das nossas esperanças. A alegria de acreditar, de apenas sentir-se vivo.
Uma risada infantil de vitória; o vento nos cabelos, enquanto o balanço ia mais longe, vencia a resistência do ar e nos projetava para o alto. Um tempo em que era fácil viver.
Sonhos. Ilusões. Esperanças. Momentos que a felicidade gravou em nós; que escapam às águas do tempo, enquanto o destino nos impulsiona sempre em frente.
No balanço da Vida.