O Árabe

Idéias, sentimentos, emoções. Oásis que nos ajudam a atravessar os trechos desérticos da vida...

sexta-feira, 22 de fevereiro de 2013

OS CAMINHOS E A JORNADA



Escolheis os vossos caminhos.

E sois, assim, responsáveis por vossos destinos. Deveis vencer os  seus obstáculos e as suas tristezas, pois vos caberá desfrutar das belezas e alegrias que neles encontrareis.

Tende presente esta verdade e mais leve vos será a jornada. Porque tudo passa e menos doloroso será o pranto de hoje, se vos reconforta a esperança no sorriso de amanhã.

Acaso o lavrador lamenta o trabalho da semeadura, se nos seus sonhos vive a expectativa da colheita? E aquele que encontra um novo amor já se angustia temendo a separação?

Viveis, sim, o momento presente. Porém, é certo que o fazeis recordando o passado e tentando adivinhar o futuro; porque aquele que não acredita no porvir, não vê sentido no agora.

Eu vos digo que a ninguém é dado, senão o que por ele é pedido; cada homem acumula a sua própria carga, determina o tamanho dos seus passos e coloca as pedras no seu caminho.

E a ninguém, senão a si mesmo, deve o homem culpar pelos seus erros e agradecer pelo seus acertos. O Universo lhe oferece os caminhos, mas é a ele que cabe o direito da escolha.

Em cada dia, em cada momento, vos assiste o poder de definir uma nova rota. Recordai, entretanto, que pedras e flores existem em todos os caminhos e dependem de vossas decisões.

Pesai bem, portanto, cada uma de vossas escolhas. E não as façais no calor do momento, para que não se torne o remorso uma companhia constante, amargurando os vossos dias.

Porque até o fim seguireis a vossa jornada. E, se vos pertence o direito de escolher os vossos caminhos, também vos cabe o dever de arcar com as consequências de vossas escolhas.

A vida não é a segurança do porto, mas o imenso oceano da viagem; ao navegante cabe enfrentar as tormentas e calmarias que se sucederão, antes que finde cada percurso.

Necessitais seguir em frente. E para isto vadeareis os rios que encontrardes, escalareis as montanhas que vos obstarem o caminho e superareis as pedras, ainda que vos magoem os pés.

Mas também desfrutareis da placidez dos vales, da beleza das flores e da maciez da grama; banhar-vos-eis em mansos regatos, cujas águas cristalinas vos retemperarão os corações.

Assim será, para cada um de vós. Das vossas decisões, todavia, dependerão as dificuldades e as recompensas que encontrareis; as vossas lágrimas e os vossos sorrisos.

Escolhei bem os vossos caminhos. E não vos queixareis da vossa jornada. 

sexta-feira, 15 de fevereiro de 2013

DE AMORES E CONFIANÇA



Acreditai em vossos amores.
Porque, para o homem, o que existe é aquilo em que ele acredita. E, se não acreditardes nas palavras de alguém, por certo não o havereis de amar; nem a ele vos entregareis.
É na confiança que se baseia o Amor. Como da fé se sustentam as religiões e da esperança do retorno surge a força que leva o coração a suportar a solidão da saudade.
É mais feliz quem se deixa iludir, do que aquele que desconfia de cada palavra que lhe diz o ser amado. Não sofre o homem que julga possuir o sol, mas aquele que teme o ocaso.
E, embora a miragem do oásis não amenize o rigor do deserto, é certo que a visão animadora das suas águas e palmeiras sustentará o caminhante por mais alguns passos.
Acreditai em vossos amores.
Porque o marinheiro que ouve o canto da sereia é feliz, enquanto a doce melodia acalenta a esperança do seu coração e transforma o mar noturno em um mundo encantado.
Porque aquele que ama e se sente amado desfrutará da Vida, em toda a sua plenitude; conhecerá o fogo ardente da paixão e se deixará flutuar nas águas mansas da ternura.
Porque, como a planta necessita do calor do sol e do orvalho da noite, necessita o vosso coração do calor do sonho e da frieza da desilusão, para completar o seu crescimento.
Porque não sabeis distinguir entre a verdade e a mentira e mais vale acreditar no que vos faz sorrir, do que entregar-vos a temores vagos que apenas vos fazem chorar.
Acreditai em vossos amores.
Como acreditais em vossos deuses e em vossas esperanças; como acreditais no futuro. Como acreditais em anjos e em religiões que vos prometem paraísos eternos.
Como acreditais no poder do Ano Novo e na força da magia; nas cartas e bolas de cristal que tentam revelar o amanhã, como se não fossem o ontem e o hoje que o fazem nascer.
Como acreditais em magos, feiticeiros e sacerdotes. Como acreditais que templos enormes e altares ricamente ornados vos possam conduzir ao Coração do Universo.
Como acreditais em vós e nos vossos ideais. Como acreditais em vosso potencial, em vossos pais, em vossos filhos e em vossos amigos, Como acreditais nos vossos sonhos.
Pois o que é o Amor, senão o maior dos vossos sonhos?    

sexta-feira, 8 de fevereiro de 2013

A JUVENTUDE E A VELHICE


A juventude tem a sua própria beleza.
Por evocar em nós a esperança no futuro; tem a força da água na nascente do rio, antes de espalhar-se pelo leito e fecundar as terras à sua volta, perdendo assim o ímpeto do início.
A juventude é bela em sua própria força e em sua própria inconsequência. Como o alvorecer é belo na luz do sol que se espalha pelo mundo, reiniciando o dia.
A juventude é bela como o fogo, que para o alto se projeta e corre pela mata em labaredas que inextinguíveis nos parecem e encantam a vista, embora possam destruir a vida.
Contudo, como o fogo, a juventude consome a si mesma enquanto transcorre o tempo. E as chamas do alvoroço juvenil desfalecem nas cinzas que recobrem os cabelos do idoso.
E nelas não estão apenas os desencantos do caminho, mas cada passo dado. Porque cada passo nos leva para mais longe dos sonhos e nos traz mais perto da realidade.
Este talvez seja o encanto maior da juventude: a capacidade de acreditar nos sonhos, a crença sincera de que é possível transformar as pessoas e o mundo em que vivemos.
E esta é, talvez, a saudade maior que tenho da minha juventude: a inexperiência, que me permitia viver com intensidade os sonhos mais loucos, as mais lindas fantasias.
Porque aquele que é capaz de viver o próprio sonho, o transporta para a sua realidade; ainda que por apenas um instante. E é feliz, nessa insana colheita de ilusões.
Como o homem que em um jarro tenta aprisionar a brisa fresca da tarde, para soltá-la e usufruir a carícia do seu sopro, quando o sol inclemente lhe castigar o rosto.
Sim; na ilusão está a beleza da juventude. Porque é o sonho que faz brilhar os nossos olhos, que umedece os nossos lábios e dá força às nossas pernas para seguir em frente.
E é por isto que ninguém se torna velho, enquanto acalenta os seus sonhos. A juventude e a velhice não estão no corpo, mas na alma que o anima e vive na Eternidade.
Mostrai-me alguém que seja verdadeiramente velho, e eu vos mostrarei alguém que enterrou o seu último sonho; que não vive o seu dia, mas espera o tempo passar.
Sede, portanto, jovens em vossa alma. E que não vos preocupe a idade do corpo; dia virá em que trocareis as vossas vestes e de novo as tereis frescas e viçosas.
Pois assim se mantém o vosso verdadeiro Eu.    

sexta-feira, 1 de fevereiro de 2013

DO TEMPO E DA VIDA



É em vós que estão a Luz, a Verdade e a Vida.

Porque no Coração do Universo se encontram e a Ele estais ligados pelo vosso verdadeiro Eu, para quem não existem o tempo e as distâncias, mas apenas o Ser, que pela eternidade se prolonga.

O que chamais morte é uma ilusão dos sentidos do corpo. Afastai de vós o temor da morte, e outra será a vossa perspectiva do universo. Outros serão os vossos conceitos do tempo e da Vida, e outras serão as vossas prioridades.

Pois o que é o sofrimento ou a alegria de um momento, para quem tem a Eternidade diante de si? E de que valem as honras do mundo, se delas não podereis desfrutar senão durante algum tempo?

De que vos serve amealhar bens, se não os podereis levar convosco na Grande Viagem? E de que vale o manto opulento da realeza, se não lhe é possível aquecer o vosso verdadeiro Eu?

Aqui, deixareis todas as fortunas que aqui conseguirdes ajuntar. E quando se iniciar a próxima jornada nada carregareis convosco, senão o conhecimento que houverdes adquirido. 

É nu, que cada homem chega a este mundo. E nu deveria passar os seus dias, pois nu se encontrará, diante do Universo e da sua própria consciência, no momento do retorno.

Libertai-vos da escravidão ao tempo, que vós mesmos semeastes em vossos corações. E libertos estareis do medo, do egoísmo, do preconceito e de tantas outras pedras que dificultam os vossos caminhos.

Sede livres, e livres serão as vossas almas. Porque ninguém, senão o homem, pode aprisionar a si mesmo; é nas asas do vento que o vosso espírito viaja e o seu destino é a mansão do amanhã.

Infeliz do agricultor que deixa de semear as suas terras, temendo a geada que poderá sobrevir; infeliz daquele que não se entrega ao amor, por medo de colher a solidão. Infeliz daquele que não vive, por temer a morte.

Basta que observeis a Natureza, para que vos furteis ao domínio do tempo. Porque a semente já esteve no fruto e em fruto voltará a tornar-se; é assim que se alternam os ciclos  da existência. 

Em cada um de vós, brilha a centelha do Universo; e por isto a própria Eternidade vos pertence. Sede sensatos e escutai o que vos fala o verdadeiro Eu. Abandonai o vosso medo da morte.

E percebereis o sentido da Vida.

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