O Árabe

Idéias, sentimentos, emoções. Oásis que nos ajudam a atravessar os trechos desérticos da vida...

sexta-feira, 24 de junho de 2011

O CÉU QUE EXISTE EM VÓS

Eu vos vejo a buscar o céu.


E o fazeis como se ele não estivesse em vós. Ou como se fosse difícil a caminhada e precisassem os vossos pés magoar-se nas pedras do caminho, para que o pudésseis atingir.


Entretanto, não são as pedras do caminho que magoam os vossos pés; nem os obstáculos da jornada que vos impedem o percurso. É a vós mesmos, que não conseguis superar.


Através do verdadeiro Eu, vos fala a voz do Infinito; e a Sua mão vos aponta o rumo a seguir. E, todavia, insistis em manter cobertos os vossos ouvidos e fechados os vossos olhos.


Em vossos corações acolheis o egoísmo, quando poderíeis abrigar a solidariedade; cultivais a prepotência, os preconceitos e o ódio, quando deveríeis escolher a humildade, a tolerância e o amor.


Assim fazendo, em vosso próprio caminho semeais a inquietação e a angústia. E havereis de provar os seus frutos amargos, porque a ninguém é dado desfrutar senão do que plantou.


Eu vos tenho dito que em cada hoje construís o vosso amanhã. Escolheis os vossos caminhos, e por isto sois responsáveis por todas as dificuldades que neles possais encontrar.


Eis que vos pertence a Eternidade; porque a centelha do Infinito que habita em vós é infinita em si mesma, e trocará de vestes tantas vezes quantas reclame o aprendizado.


Se assim é, decerto findareis por encontrar o vosso caminho; e, ao atingir o Conhecimento, descobrireis que em cada homem existe o seu próprio céu e a sua própria felicidade.


Este é o destino final de todos e de cada um de vós. Recordai, entretanto, que de acordo com as vossas escolhas irá variar o tempo do aprendizado; e dele depende a duração de vossa jornada.


Porque a felicidade não é uma dádiva, mas uma conquista. E as lágrimas são necessárias, para que aprendais a valorizar o riso; como a ilusão da morte vos ensina o valor da vida.


Não vos inquieteis, portanto, a procurar o céu; a ele havereis de chegar. Lembrai-vos, apenas, de que mais importante do que a rapidez dos passos é a escolha da direção a seguir.


Um dia, sabereis usar as vossas asas. Mas, até que completo esteja o aprendizado, necessitareis galgar degrau por degrau a escada onde sangrarão os vossos pés e os vossos corações.


Para que possais descobrir o céu que existe em vós.

sexta-feira, 17 de junho de 2011

O NOSSO OÁSIS

Entra. Assenta-te conosco.


Embora débil, a luz da fogueira afasta a escuridão da noite. E torna ainda mais belas as estrelas que piscam no céu, como a recordar-nos que o Universo nos envolve e vela por nós.



E o seu calor nos protege do frio enregelante do deserto. Como o calor da amizade aquece as nossas almas e nos faz sentir o que somos: irmãos, que integram a mesma caravana.



Une a tua voz à nossa voz. Porque, se é quase inaudível o pingo d’água que cai, o rumor das ondas sobrepuja todos os outros ruídos e assinala a presença majestosa do oceano.


E assim acontece às palavras do homem, que para frutificar necessitam ser plantadas na seara da Eternidade, que é o coração dos seus irmãos, onde reside a essência do Universo.


Oferece-nos, portanto, a dádiva das tuas palavras. Pois as palavras, para quem sabe ouvir, são como pequeninas sementes, capazes de tornar florido o deserto onde nenhuma idéia habitava.


E às nossas palavras, oferece os ouvidos do teu coração. Pois outra forma não existe para que possas realmente ouvir os nossos corações, que te oferecem a nossa esperança e a nossa amizade.


Conversemos, então, à luz da fogueira. E que o silêncio nos visite a espaços, para que possamos ouvir a canção do vento entre as dunas, e sentir o aroma da madeira que nos aquece e ilumina.


Porque é nos sons da natureza, que nos é dado ouvir a voz do Universo. É no calor do sol, que sentimos o Seu abraço protetor; e no frescor da chuva, que respiramos o Seu hálito de Vida.


É no silêncio, que ouvimos os nossos próprios pensamentos e escutamos os gritos da nossa alma, que os ruídos do mundo sufocam, enquanto nos ofuscam as ilusões cotidianas.


Assenta-te conosco. E vamos dividir as nossas experiências, compartilhar as nossas dúvidas e aprender que muitas vezes o que chamamos certezas são apenas as presunções do nosso orgulho.


Assenta-te conosco. E vamos fitar as estrelas; repartir a água fresca que nos oferece o oásis, e o pão saboroso que o trabalho honesto colocou em nossos embornais.


Porque outra não deve ser a carga do viajante previdente, senão os sonhos, que o impulsionam para a frente, e o conhecimento acumulado, que lhe permite escolher o caminho adequado.


Assenta-te conosco. És bem-vindo ao nosso oásis, e o nosso coração canta de alegria diante da tua presença. Porque juntos precisamos prosseguir na jornada que nos aguarda todos os dias.


Rumo ao Coração do Universo.


O nosso oásis completa 4 anos. E o meu coração agradece a cada um de vocês, que tornam possível a sua existência.

sexta-feira, 10 de junho de 2011

RECEITA DE AMOR



No amor, precisa existir a liberdade.

Porque é juntos que devereis caminhar. E, entretanto, a cada um cabe escolher o próprio caminho; porque ninguém existe que seja feliz, em um caminho que não escolheu.


No amor, precisam existir pequenos segredos.


Porque também o mistério tem os seus encantos. E, às vezes, mais atraente é o rosto sob o véu; como paisagens existem, que mais belas se tornam à luz difusa do luar.


No amor, precisa existir a confiança.


Porque amar pressupõe entregar-se. E como podereis a alguém entregar a vossa alma e o vosso destino, se em suas palavras não consegue acreditar o vosso coração?


No amor, precisa existir a sinceridade.


Porque sem ela não pode existir a confiança. E o amor, que é o mais belo dos vossos sonhos e a maior das vossas verdades, desfalece à menor das vossas mentiras.


No amor, precisa existir o perdão.


Porque, para colher a rosa do sonho, necessitareis enfrentar os espinhos da realidade. E apenas o perdão, em toda a sua plenitude, aplacará os ferimentos das vossas almas.


No amor, precisa existir a cumplicidade.


Porque é ela que vos trará a certeza do apoio e a reconfortante sensação de companhia. E o seu calor afastará de vós o frio do abandono e o tormento da solidão.


No amor, precisa existir a paixão.


Porque, como o sol aquece a terra úmida da chuva e faz germinar a semente, é o desejo que abre em vosso coração o caminho pelo qual o vosso amado vos conduz a oceanos de prazer.


No amor, precisa existir a ternura.


Porque é ela que faz brilhar os vossos olhos, quando na calma da saciedade neles se apaga a chama ardente do desejo, e de vossas bocas brotam palavras de carinho.


No amor, precisam existir fantasias.


Porque é com as asas dos sonhos, que vos é dado voar. E o amor é um sonho a dois, que vos conduz em um vôo encantado onde a felicidade vos pode encontrar.


Eu, entretanto, vos digo que de nada necessita o amor.

Apenas do próprio amor.



Neste domingo, 12 de junho, o Brasil comemora o Dia dos Namorados.


Esta é a nossa homenagem às pessoas capazes de amar.

sexta-feira, 3 de junho de 2011

CANÇAO DOS SONHOS


Um dia, o sonho se vai.


E as vossas lágrimas não serão capazes de retê-lo. Como as pás do moinho não seguram o vento que as moveu, nem o prolongado hausto retém a vida no corpo agonizante.


Poupai-vos do pranto, tão inútil quanto triste; recordai, sim, as alegrias que vos trouxe a ilusão. Assim, trocareis o amargor do abandono pela doçura das lembranças.


De cada vez que fordes capazes de sonhar, não serão apenas as recordações que tereis a lucrar; mas cada momento em que conheceis a graça de serdes felizes.


Porque, se é verdade que a tristeza visita o coração do homem a cada desengano, é igualmente verdade que enquanto perdura o sonho nele vive a felicidade.


E o sofrimento de um dia não apaga a felicidade da véspera; como o choro da criança que cai não invalida o sorriso que o precedeu, durante as brincadeiras infantis.


Alegria e tristeza, sonho e desengano, fazem parte das vossas vidas. E é preciso que assim seja, porque um não existiria sem o outro. É o contraste que faz surgir a visão.


Sem conhecer a escuridão, como entender a luz? Sem a morte, qual seria o valor da vida? Sem o conforto da companhia, como entender o desamparo da solidão?


É assim que é. E, como ninguém pensa na volta durante a emoção da ida, não seria sábio aquele que se negasse a viver o encanto de um sonho, por temer o desengano.


Vivei, intensamente e sem medo, os vossos sonhos. Porque só assim conhecereis todos os sabores da vida, todos os aromas da paixão e todas as cores da ilusão.


Não deixeis que o amanhã vos preocupe, a ponto de roubar-vos os sonhos. Tristezas e alegrias são passageiras, mas o conhecimento se debruça sobre a Eternidade.


E os sonhos, como os desenganos, são instrumentos de que se vale o Universo, para trazer-vos o conhecimento. Para reavivar lembranças adormecidas de jornadas passadas.


Sim; um dia, o sonho se vai.

Mas outro sonho virá até vós.


Texto sugerido pela bela foto do site 1000 Imagens.

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