O Árabe

Idéias, sentimentos, emoções. Oásis que nos ajudam a atravessar os trechos desérticos da vida...

sexta-feira, 27 de maio de 2011

OS VOSSOS MOMENTOS



O tempo não retrocede.


Como o vento, que não caminha sobre os próprios passos; e as águas do rio, que necessitam seguir o seu curso rumo à foz. Como a inocência, quando em malicia se transforma.


Assim, jamais podereis reviver os vossos momentos. E cada um deles que se vai é como uma jóia que abandona o cofre da eternidade, onde está guardado o tempo da vossa jornada.


Prezai, portanto, os vossos momentos. Valorizai cada sorriso, cada beijo, cada emoção que encontrardes em vosso caminho. Como o faríeis a um bem que em breve vos será levado.


Dedicai-vos ao ser amado, enquanto a vosso lado o tiverdes. Refugiai-vos em seus braços, fartai-vos de beijar os seus lábios; não economizeis em vossas caricias, nem em vosso amor.


Venerai o seu corpo, buscai a comunhão de vossas almas. Guardai em vosso coração cada instante de amor, cada momento compartilhado. Um dia, as lembranças serão o vosso consolo.


Porque a verdade é que ninguém pertence senão a si mesmo, e é sozinho que cada homem atravessa as fronteiras da vida. Desfrutai, portanto, do tempo em que a dois vos é dado caminhar.


Como o vento modifica as dunas do deserto, o tempo a tudo transforma em vossas vidas. E as lembranças traçarão o mapa, que vos permitirá prosseguir em vossa jornada.


Não desperdiceis o vosso tempo. Cada momento que se passa, mais perto vos coloca do instante final; e esta é uma verdade que só ao fim do caminho percebereis.


Pois, enquanto vos pertence a juventude, procedeis como o imprevidente, que pela janela atira o seu maior capital; o único que jamais lhe será dado multiplicar.


E vos agastais com pequenas coisas, e mais valorizais as vossas lágrimas que o vosso sorriso, e preferis o orgulho à tolerância. Desperdiçais em lamentações o tempo de serdes felizes.


Eu, entretanto, vos repito que o tempo modifica todas as coisas; como faz florir o botão, e murchar a rosa. Como substitui o dia pela noite e faz com que se alternem as estações.


Prezai, portanto, os vossos momentos. Entregai-vos a cada um deles, enquanto vos pertence; e buscai vivê-lo como se fosse o último de toda a vossa vida.


Porque, quando a neve cobrir os vossos cabelos, as lembranças formarão a colcha que aquecerá os vossos corações.

sexta-feira, 20 de maio de 2011

A REALIDADE E OS SONHOS

Temeis buscar a realização dos vossos sonhos. Preferis admirar os seus contornos, em meio às brumas da esperança, do que buscar o conhecimento do seu verdadeiro rosto.

E estais, talvez, certos em vossos temores. Porque as cores da imaginação são muitas vezes mais brilhantes do que o tímido colorido com que se veste a realidade.

Entretanto, é na realidade que transcorrem as vossas vidas. É para ela que os vossos olhos se abrem, todas as manhãs; é nela que necessitais passar o vosso tempo.

Deveis buscar os vossos sonhos. Lembrai-vos, contudo, que a semente necessita ser plantada, para que possa germinar; como a casa precisa ser construída, para que nela possais habitar.


Está escrito que o homem honesto ganhará a vida com o suor do seu rosto; apenas o trabalho poderá trazer a realização dos vossos sonhos.


Passo por passo aprendeis a caminhar, e tijolo por tijolo levantais as vossas casas. Assim também devereis construir os vossos sonhos; com o vosso esforço e os vossos ideais.

Recordai, todavia, o que ensina a fábula: as casas de palha ou de madeira vêm por terra, ao primeiro sopro de vento, enquanto as bem construídas duram para sempre.

Cuidai, portanto, de escolher bem os vossos sonhos. Para que não sejais como o insensato, que viu ruir a torre com a qual em vão pretendia alcançar o céu.

E buscai prover os meios de realizá-los. Porque a cigarra que canta, ociosa, durante todo o verão, é a mesma que de frio e fome morrerá no rigoroso inverno.


Necessitais acreditar nos vossos sonhos. Porque ninguém é capaz de realizar senão o que acredita possível; como a ave não voa senão enquanto lho permitem as asas.

Aos vossos sonhos, dediqueis as vossas forças; sem que vos escape, entretanto, o sentido da vida. Pois aquele que mergulha apenas em busca da pérola, não desfruta da caricia das águas.


Deixai-vos, sim, levar no turbilhão dos sonhos; recordai, todavia, que firmes precisam estar os vossos pés, para que não vos escape o contato com a realidade.

Pois, eu vos repito, é nela que necessitais viver. E que não vos assuste a sua monotonia, nem o cinza pálido em que as vezes parecem mergulhados os vossos dias.

Sempre podeis colori-los com os vossos sonhos.

sexta-feira, 13 de maio de 2011

CRÔNICA DE UM VÔO NOTURNO


Voando… apenas voando.


Corpo e coração soltos no espaço e no tempo. Como se limites não existissem; como se o impossível se tornasse possível e os contos de fadas pudessem tornar-se realidade.


Apenas voando. Boiando no escuro da noite, entre os pirilampos da terra e as estrelas do céu, ao sabor dos ventos. Flutuando, como os sonhos que o tempo leva.


Sem recordações do passado, sem esperanças no futuro. Sem pensamentos, sem ideias, sem emoções. Apenas uma leve sensação de frio na pele, à caricia suave da brisa.


Corpo relaxado, coração em busca da paz. Talvez a paz do esquecimento, ou – quem sabe ? – a serenidade da compreensão plena, que traz a comunhão com o Infinito.


A beleza de simplesmente existir, a liberdade sem vínculos, o direito de apenas seguir o vento. O roteiro não importa, quando sabe o viajante que chegará ao destino.


A realização de nada possuir e ao mesmo tempo desfrutar de todo o universo. A sensação de ser parte, de constituir o todo e ao mesmo tempo manter a individualidade.


O cheiro da terra, os aromas das flores, os sons dos animais. As cores da madrugada que se aproxima e aplica no horizonte as primeiras pinceladas de um novo dia.


O riacho que canta, o mar que faz murmurar ou bramir as suas ondas, e a lagoa escura, imersa em um silêncio tão profundo e insondável quanto as suas próprias águas.


Por todos os cantos, o sopro da Vida. Uma presença invisível e, entretanto, tão real que atravessa os poros do corpo e faz sentir na alma a dimensão da Eternidade.


Voando... apenas voando. Desfrutando a plenitude de um instante inusitado, em que a voz do Infinito ressoa aos ouvidos do verdadeiro Eu, trazendo a certeza da Vida.


Ou, talvez, um delírio inconsequente. Uma projeção dos próprios desejos; um sonho que ficará nas horas desta noite, para ser esquecido no amanhã que se aproxima.

Voando... apenas voando.


Texto inspirado em "Czardas"e na bela foto do site 1000 Imagens.

sexta-feira, 6 de maio de 2011

DIA DAS MÃES - UMA BALADA DE AMOR


Que, hoje, o Amor vos fale pela minha voz.


Que nas minhas palavras possam vibrar as mais belas emoções; outra forma não existe de cantar o amor incondicional, que não conhece limites e a tudo supera.


Que eu vos possa falar do perfume de todas as flores, da harmonia de todas as canções, da beleza de todas as histórias de amor, da alegria de todos os sorrisos.


E que eu vos fale também de saudade; para que cada um de vós enxugue uma furtiva lágrima, entre as doces lembranças da infância.


Pois a verdade é que o tempo não volta; cristaliza-se, entretanto, nas recordações que nos povoam a mente, em meio às nossas lágrimas e aos nossos sorrisos.


Deixai, portanto, que eu vos fale do Amor feito carne; da dedicação tornada em poesia, da capacidade de perdoar sem restrições e da abnegação que faz esquecer de si mesma.


Deixai-me cantar o seio generoso, que ao entregar-se à boca ávida tornou-se a primeira oferenda de amor que neste mundo recebestes, a sustentar a vossa vida.


Deixai-me falar da mão amorosa e onipresente, que amparou os vossos primeiros passos; e dos braços protetores, vosso primeiro refúgio ante as desilusões do mundo.


Deixai que eu vos recorde as noites insones daquela que velava o vosso sono inquieto, quando vos visitava a enfermidade; e cujo coração se confrangia, ante as vossas dores.


Aquela que trocava as vossas fraldas, e em seu colo vos embalava. E, conhecendo embora as vossas falhas, em vós encontrava a perfeição que só o amor pode emprestar.


Mais do que uma mulher, um poema de amor. A proteger a vossa infância, a defender a vossa inocência, a preparar-vos para a vida. E a amar-vos cada vez mais.


Porque o Amor não é como a tempestade, que explode de repente; mas como a planta, que aos poucos se desenvolve. E a cada dia mais fortes se tornam as suas raízes.


Deixai, hoje, que eu vos fale de amor. E que na minha voz esteja a voz de mil anjos, para que me seja dado tocar os vossos corações. Para que eu vos fale na linguagem das mães.

A linguagem do Amor.

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