O Árabe

Idéias, sentimentos, emoções. Oásis que nos ajudam a atravessar os trechos desérticos da vida...

sexta-feira, 29 de abril de 2016

MOMENTOS ASSIM



Sempre existirão momentos assim.
Em que lágrimas assomarão aos vossos olhos, sem que vos deis conta dos motivos. Em que a solidão abrirá as suas asas sobre vós e nem a presença dos entes queridos a fará partir.

Em que uma música, um rosto, um aceno, um perfume, uma roupa, um filme, um idoso que caminha devagar, ou uma criança que corre, fará despertar em vós uma nostalgia vaga e imprecisa.
Em que experimentareis uma saudade imensa e doce de pessoas, coisas e lugares que podeis ou não ter conhecido; de instantes que vivestes e outros que apenas sonhastes em viver.

É quando vos encanta a beleza do arco-íris, que enfeita o horizonte; quando percebeis a vibração de esperança que traz o raiar do dia, ou a paz do crepúsculo que desce sobre o mundo.
É quando vos perdeis, contemplando as estrelas que brilham no céu noturno; quando caminhais à beira-mar, ouvindo o ruído das ondas e imaginando os lugares que além dele se ocultam.

É quando vos enternece o botão que se torna a rosa; quando vos maravilham a vida que se avoluma no ventre gestante e as cores da borboleta que voa entre as flores do jardim, à luz do sol.
Sim; sempre existirão momentos assim.

Em que os pensamentos se confundem em vossa mente e os sentimentos se agitam em vosso coração. Em que esqueceis as respostas que encontrastes, em meio às perguntas que surgem.
É quando velhas certezas se diluem em novas dúvidas; quando a inquietude da mudança ocupa o lugar onde habitava o sossego da rotina e a lógica cede espaço à atração do imprevisto.

É nestes momentos, que as crenças se alteram; a incredulidade vacila ante o misticismo e os sonhos enterrados ao longo do caminho voltam a fazer tilintar os sinos sonoros da esperança.
É quando aqueles que vos deixaram retornam, em vossas lembranças. Quando a saudade é o vazio e o próprio reconforto; quando a ausência é tão forte, que quase se torna presença.

São momentos em que sorris por entre lágrimas, ou chorais entre sorrisos. Em que tristeza e alegria, confiança e desamparo, companhia e solidão, se mesclam e se completam em vossa alma.
Sempre existirão momentos assim. Em que vos sentireis plenos e cheios de lacunas; em que duvidareis de tudo que jugáveis saber, e ao mesmo tempo percebereis confusamente o sentido da vida.

Sempre existirão momentos assim. Em que vos sentireis distantes do mundo, livres das vossas cadeias, das vossas convenções e dos vossos dogmas. Em que estareis próximos do Universo.
Do vosso verdadeiro Eu.

Música:

sexta-feira, 22 de abril de 2016

AS VOSSAS CONVICÇÕES



Sede fiéis às vossas convicções.

Pois aquele que não tem ideias próprias, não será capaz de definir os seus rumos. E se deixará levar, arrastado pela força das ideias alheias, como uma folha ao sabor do vento.

Recordai sempre, entretanto, que a todos assiste o mesmo direito. Porque necessitais aprender a respeitar as convicções alheias, se desejais que as vossas sejam respeitadas.
Cada ideia é uma semente. Mas, embora seja um ato de generosidade ofertar as vossas sementes a vosso vizinho, não vos cabe o direito de exigir que ele as plante em seu quintal.

E, se assim é, tampouco o podeis obrigar a aceitar as vossas ideias. Eu vos tenho dito que cada homem tem as suas próprias verdades; e a elas obedece, ao fazer as suas escolhas.
Errais, portanto, quando quereis impor o que pensais. Porque o homem sempre cuspirá o que garganta a baixo lhe for empurrado; não importa quão delicioso possa ser o seu sabor.

Errais, quando ofendeis a quem vos traz opiniões diferentes das vossas. Porque assim vos envolvereis em discussões sem sentido, quando poderíeis ter proveitosos debates.
Não vos negueis a ouvir ideias contrárias às vossas; sede sensatos e ponderai sobre elas. Decidireis melhor, sobre qualquer questão, se a observardes de todos os ângulos.

Nem vos agasteis com aqueles que discordam de vós; antes deveríeis agradecer-lhes, porque vos apresentam a novos pontos de vista, que alargam os vossos horizontes.
Estai atentos ao orgulho, que muitas vezes vos cega e impede de aceitar os vossos erros. Sensato é o homem que reconhece um engano, em tempo de tomar o rumo certo.

Defendei, sim, as vossas ideias. Mantende, todavia, a mente aberta para as novas ideias que vos surgem. Porque nada é imutável, e a própria natureza evolui em cada dia.  
Assim, tereis a coragem para mudar de opinião, quando convencidos estiverdes de que seguíeis em rumo errado. Vergonha não é enganar-se, mas persistir no erro.

Sede fiéis às vossas convicções. Lembrai-vos, porém, de que não devereis exaltar-vos, para defendê-las. Pois a razão e a lógica não necessitam gritar, para se fazerem ouvir.
Evitai, sobretudo, a intolerância. Porque, longe de construir, a intolerância destrói. Abala amizades, estremece relações; rouba de vossos corações a paz de que necessitais.

Para encontrar as vossas verdades. 

sexta-feira, 15 de abril de 2016

O CAMINHO DE CADA UM


 
A cada um, cabe levar a sua própria carga.
Compreendei esta verdade. Quanto mais cedo a aceitardes, mais cedo aprendereis a respeitar as vontades dos vossos irmãos; e mais fácil se tornará o vosso próprio caminho.

Pois não sabeis amar, sem que vos domine o desejo de posse exclusiva do ser amado. E nesse desejo, quereis impor-lhe as vossas ideias; e decidir por ele os rumos que irá tomar.
Mas, porque é sobre ele que cairão as consequências dos seus atos, não vos assiste este direito. Só a ele caberão as tristezas e as alegrias que encontrar durante cada jornada.

Por assim ser, não é o Amor que busca limitar a liberdade do amado; mas o egoísmo. Pois o Amor, longe de tolher o crescimento, faz nascer as asas que vos impulsionam para o alto.   

Certo é que refletirão em vós as emoções daqueles que amais. Porém, é igualmente certo que não as podereis sentir por eles; evitar que se molhem na chuva e se aqueçam ao sol.
A redoma que acaso colocásseis, para proteger a vossa rosa, por certo lhe roubaria o ar, o sol e a chuva de que necessita; e findaria por fazê-la definhar, até tomar-lhe a vida.

Nada podeis fazer, pelas pessoas a quem amais, senão enlaçá-las em vossos braços, para confortá-las na tristeza; e oferecer-lhes o vosso riso feliz, ao festejar as suas alegrias.      

Acostumai-vos a esta ideia. O pássaro que se orgulha, ao acompanhar o voo elegante do filho, é o mesmo que chora, por saber que cada vez mais longe o levarão as suas asas.
Sensato é o homem que não nega aos seus filhos o contato com a terra e a água. Insensatos sereis, se negardes a quem amais o direito às suas próprias experiências.

Pois a planta não cresce, senão através das suas próprias raízes; nem pode ofertar outros frutos que não sejam os alimentados por sua própria seiva e nascidos em seus ramos.
O Conhecimento não brota, senão de vossas lágrimas e vossos sorrisos. Sois os frutos das vossas vivências; sem elas, serieis como um livro em branco e nada poderíeis ensinar.

E assim acontece àqueles que vos cercam. A cada um assiste o direito de lamentar os próprios erros e festejar os próprios acertos, pois assim transcorre o aprendizado.

Eu vos tenho dito que cada um tem o seu próprio caminho. Amar é a capacidade de caminhar de mãos dadas, por estradas paralelas, e chegar juntos ao final da jornada.
Que vos conduz ao Coração do Universo.  

Música: 

sexta-feira, 8 de abril de 2016

O EGOÍSMO E O ALTRUÍSMO


 
O egoísmo é natural em vós.
Assim eu vos tenho dito. E assim vos comprova a vida, todos os dias; pois ninguém se sacrifica por outrem, a menos que o bem-estar desse alguém lhe seja mais caro que o seu próprio.

Assim acontece à mãe, que se priva do alimento para alimentar o filho querido; e assim acontece ao apaixonado, que muitas vezes renuncia à sua própria vontade, para ver feliz o ser amado.

Não vos inquieteis, porém, por serdes egoístas; pois isto acontece a todos os seres vivos que existem sobre a Terra. A cada um cabe defender a si mesmo e prover à própria subsistência.
E não o poderíeis fazer, sem o egoísmo. É ele a vossa maior ferramenta de sobrevivência, pois vos faz colocar-vos antes de todos os outros e lutar com todas as forças, para aqui seguirdes.

Não vos envergonheis, portanto, do vosso egoísmo. Como não se envergonha o pássaro de alimentar-se do inseto, nem o fogo de consumir a floresta; cada um age de acordo com a sua natureza.
Lembrai-vos, entretanto, de que é ao operário que cabe decidir o uso que fará da ferramenta. E, se não vos é dado livrar-vos do egoísmo, por certo podeis aprender a usá-lo em vosso benefício.

Porque nenhum instrumento existe, que seja bom ou mau em si mesmo; bons ou maus se tornarão, conforme o uso que deles fizerdes. A enxada que pode matar é a mesma que semeia a terra.
Aprendei a usar o vosso egoísmo. Porque ele apenas vos impulsiona a buscar o vosso bem-estar; e o que necessitais não é erradicar o egoísmo em vós, mas remanejar as vossas prioridades.

Vede a árvore, que livremente cede os seus frutos. E recordai que cada fruto que cai abre espaço para que outro nasça e a árvore continue a viver. Às vezes, reter pode significar perecer.

Sede tolerantes com as opiniões alheias; aprendei a ouví-las e refletir sobre elas. Assim, não vos julgareis donos da verdade e muito podereis aprender, ao ver a vida e o mundo com outros olhos.

Reconhecei que o sol nasce para todos; e, todavia, cada um tem a sua própria sombra. Assim como a lua, que ilumina o céu noturno, desperta um sonho diferente em cada homem que a fita.
Sobretudo, buscai amar os vossos irmãos. Se assim fizerdes, a vossa alegria estará em vê-los felizes; não os invejareis ou desejareis as suas posses e de bom grado cedereis o que vos sobra.

Sereis como a mãe, que se sente feliz ao ver alimentado o filho; ou como a árvore, que ao ceder os frutos assegura a sobrevivência. Porque o egoísmo não precisa ser o contrário do altruísmo.
A diferença está em vosso verdadeiro Eu.

Música:

sexta-feira, 1 de abril de 2016

A PAZ


Buscais, realmente, a paz?
Porque, se assim for, ela está sempre ao vosso alcance. E não necessitareis de longas viagens, nem de roupas luxuosas, nem de alimentos sofisticados, nem de grandes estudos, para alcançá-la.

Ao contrário; se a quereis conhecer, devereis abandonar os vossos desejos e renunciar a ver satisfeitas as vossas vontades. A paz está em vós e não é em posses ou honras que a encontrareis.
Buscai a humildade e escapareis à presunção, que vos levaria o sossego; cultivai a tolerância e sereis poupados da irritação, que apenas vos dificultaria a convivência com os vossos irmãos.

Praticai o perdão e não guardareis o rancor, que vos envenenaria a alma; afastai de vós a inveja, que vos mergulharia na inquietude; entregai-vos ao amor e não conhecereis o tormento da solidão.
Não necessitais manter os olhos abertos, para encontrar a paz. Mas cerrá-los para os brilhos deste mundo, que ofuscam a vossa visão interior e não vos permitem ver a centelha divina em vós.

Porque a paz faz parte do Universo. Se O souberdes encontrar em vós, a vossa luz interior vos guiará por todo o caminho; a paz andará ao vosso lado e o seu calor aquecerá sempre o vosso coração.
A paz não é uma dádiva, mas uma conquista diária. Não a encontrareis na primeira esquina, nem a podereis guardar em vossos cofres, nem a levareis convosco, se não a souberdes preservar.

A paz não é um dom, mas o fruto de um aprendizado. E um aprendizado que não conseguireis em vossos livros, nem em vossas escolas, nem em vossas igrejas, mas apenas em vós mesmos.    
É em vossa alma, e não ao vosso redor, que a deveis procurar. E sabei que, para encontrá-la, precisais ser capazes de escalar as vossas montanhas e descer ao fundo de vossos abismos.

Nessa busca, não devereis ouvir os que se dizem magos, nem os falsos profetas, nem aqueles que alardeiam sabedoria. Porque outro guia não vos pode levar à paz, senão o vosso verdadeiro Eu.
É a sua voz que deveis ouvir e os seus olhos que deveis seguir. Por ele vos fala o Coração do Universo e a sua visão não está restrita ao presente, pois a sua morada é na Mansão do Amanhã.

Encontrai, portanto, o vosso verdadeiro Eu e encontrareis a paz. Mas não o encontrareis sem andar pelos vossos caminhos; sem reconhecer as vossas falhas e aceitar as de vossos irmãos.
Esta é a estrada que vos levará à paz. E, quando a houverdes encontrado, descobrireis que vos cabe levá-la a todos os homens, elevando a sua luz, para que cada um a encontre à sua própria maneira.

Em seu verdadeiro Eu. 

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