DO FUTURO E DO MEDO
Talvez que a solidão vos aguarde, ao fim da jornada.
Se assim for, entretanto, deixai-me lembrar-vos que o melhor refúgio está nas boas lembranças. Pois o calor deixado por um sonho pode fazer esquecer a frieza da noite, mesmo depois da sua partida.
Como o limo deixado pelas águas da cheia fertiliza as margens, ainda que na seca em pó se transforme o próprio rio. E, ao anunciar o batizado, o som alegre dos sinos ameniza o choro triste do enterro que passa.
Vivei os vossos momentos. Pois a verdade é que estareis sós, no instante final: ainda que muitos tomem as vossas mãos, ou vos envolvam em seus braços, ninguém poderá acompanhar o vosso verdadeiro Eu durante a grande viagem.
E mais leve será a vossa bagagem, se conduzida pelas asas da alegria, do que atrelada aos grilhões da frustração. Pior do que a tristeza de não eternizar um sonho, é o vazio de não o ter vivido.
É de tijolos, que construís a vossa casa; entretanto, é nos sentimentos que encontrareis ou não a alegria de nela viver. Porque as paredes, que vos atraem pela segurança, não vos trazem a felicidade.
O asfalto, que torna seguras as vossas estradas, é o mesmo que vos rouba o cheiro precioso da terra molhada; e, ao proteger o vosso corpo, as roupas o impedem de sentir o toque suave da brisa.
É preciso que o pássaro se lance do ninho, para descobrir o prazer de voar; que a crisálida abandone a segurança do casulo, para que a borboleta se torne o adorno dos ares. E que a semente se perca na terra, para que a planta possa brotar.
Não é o caminho, que deveis temer; mas o vosso medo de percorrê-lo. Porque se com temor o fizerdes, não vos será dado desfrutar dos seus encantos.
Se vos assustar o frio, evitareis a carícia da chuva; e por temer as pedras do rio, deixareis de ouvir a música das suas águas. Entretanto, após a chuva poderia o sol aquecer o vosso corpo; e entre as pedras do rio encontraríeis, talvez, a vossa passagem.
A ninguém é dado prever o futuro. Cada novo dia vos oferece muitas escolhas; e cada escolha é como o dobrar de uma esquina, que vos leva a novos caminhos.
Deveis, entretanto, abandonar o medo após a escolha do vosso caminho; ou buscar um novo caminho, se em vós o medo persistir. Pois a quem teme a vinda do silêncio, não encanta a melodia que afaga os seus ouvidos.
E temer o sofrimento futuro é plantar as suas sementes, ao sufocar no medo as alegrias do presente.
Se assim for, entretanto, deixai-me lembrar-vos que o melhor refúgio está nas boas lembranças. Pois o calor deixado por um sonho pode fazer esquecer a frieza da noite, mesmo depois da sua partida.
Como o limo deixado pelas águas da cheia fertiliza as margens, ainda que na seca em pó se transforme o próprio rio. E, ao anunciar o batizado, o som alegre dos sinos ameniza o choro triste do enterro que passa.
Vivei os vossos momentos. Pois a verdade é que estareis sós, no instante final: ainda que muitos tomem as vossas mãos, ou vos envolvam em seus braços, ninguém poderá acompanhar o vosso verdadeiro Eu durante a grande viagem.
E mais leve será a vossa bagagem, se conduzida pelas asas da alegria, do que atrelada aos grilhões da frustração. Pior do que a tristeza de não eternizar um sonho, é o vazio de não o ter vivido.
É de tijolos, que construís a vossa casa; entretanto, é nos sentimentos que encontrareis ou não a alegria de nela viver. Porque as paredes, que vos atraem pela segurança, não vos trazem a felicidade.
O asfalto, que torna seguras as vossas estradas, é o mesmo que vos rouba o cheiro precioso da terra molhada; e, ao proteger o vosso corpo, as roupas o impedem de sentir o toque suave da brisa.
É preciso que o pássaro se lance do ninho, para descobrir o prazer de voar; que a crisálida abandone a segurança do casulo, para que a borboleta se torne o adorno dos ares. E que a semente se perca na terra, para que a planta possa brotar.
Não é o caminho, que deveis temer; mas o vosso medo de percorrê-lo. Porque se com temor o fizerdes, não vos será dado desfrutar dos seus encantos.
Se vos assustar o frio, evitareis a carícia da chuva; e por temer as pedras do rio, deixareis de ouvir a música das suas águas. Entretanto, após a chuva poderia o sol aquecer o vosso corpo; e entre as pedras do rio encontraríeis, talvez, a vossa passagem.
A ninguém é dado prever o futuro. Cada novo dia vos oferece muitas escolhas; e cada escolha é como o dobrar de uma esquina, que vos leva a novos caminhos.
Deveis, entretanto, abandonar o medo após a escolha do vosso caminho; ou buscar um novo caminho, se em vós o medo persistir. Pois a quem teme a vinda do silêncio, não encanta a melodia que afaga os seus ouvidos.
E temer o sofrimento futuro é plantar as suas sementes, ao sufocar no medo as alegrias do presente.