CORPO E ALMA
Estamos sujeitos, sim, às limitações do corpo.
Entretanto,
se precisamos caminhar sobre a terra, nossa alma é livre; e pode voar entre as
nuvens e as estrelas. Se o corpo envelhece e morre, a alma não tem idade e vive
para sempre.
Porque o
corpo precisa habitar no hoje, mas a alma passeia pelas lembranças do ontem e
sonha com os jardins do amanhã. E, se o corpo nos traz sensações, a alma é a
fonte da esperança.
Sim; é
apenas para o corpo, que existem as restrições do tempo e do espaço. A nossa
alma não conhece limites, porque nela reside a centelha da Vida; a essência do
Coração do Universo.
Enquanto
caminhamos sobre a terra, é normal que nos inquietemos com as necessidades e os
desejos do corpo; afinal, essas necessidades e esses desejos fazem parte do
nosso aprendizado.
Nunca, entretanto,
devemos permitir que ensombreçam a nossa alma. Porque o corpo está sujeito ao
tempo; e, de uma forma ou de outra, o tempo trará soluções para os
problemas do corpo.
Ainda que
não nos agradem essas soluções, elas fatalmente virão; e nada nos restará a
fazer, senão aceitá-las. Ao peixe não cabe contrariar as correntes; apenas
aprender a nadar por elas.
Não é
sensato, porém, submeter a alma às aflições do corpo. Porque a este aqui deixamos,
depois de cada jornada; mas o nosso verdadeiro Eu vai em frente, e segue os
caminhos da Eternidade.
Aprendamos
a aceitar as limitações do corpo; e busquemos, da melhor maneira, resolver os
problemas que surgem neste mundo. Mas lembremos que este não deve ser o nosso maior cuidado.
O que mais precisamos é preservar a nossa alma. Porque é através dela que podemos sentir a Vida; que conhecemos sentimentos e emoções. Porque a alma é a nossa ponte para o Infinito.
Alma e
corpo: eis o que somos, enquanto caminhamos neste mundo. E esta dualidade, que
nos permite aprender as lições de que precisamos, é exatamente o que dificulta
o nosso aprendizado.
Assim
precisa ser, entretanto; não podemos esquecer que as lições mais duras são
aquelas que não mais esquecemos. Somos felizes nos
sorrisos, mas é com as lágrimas que aprendemos.
E, eu vos
tenho dito, o aprendizado é a razão das nossas jornadas sobre a Terra; quando o
tivermos completado, poderemos voar entre os planetas e conheceremos o Coração do Universo.
Aceitemos,
portanto, a ditadura do tempo e as limitações do corpo; mas não nos angustiemos demais com os seus problemas. Precisamos lembrar, sempre, de manter a paz em nossa alma.