O TEATRO DA VIDA
Temeis a passagem do tempo.
Quando deveríeis, antes, aproveitá-la ao máximo. Porque cada minuto que chega vos oferece uma nova chance para serdes felizes, mas uma vez passado não mais voltará.
Guardai sempre em vós esta verdade. E assim vereis que não é sábio angustiar-vos por causas efêmeras, quando tanto tendes a agradecer, a começar pela própria Vida.
Sensato não é o homem que se
angustia por ver pelo meio o seu poço; mas aquele que com gratidão mergulha o
seu balde, e delicia-se com o sabor da água fresca e cristalina.
Sensato não é o navegante que
amaldiçoa o mar encapelado; mas aquele que com sabedoria posiciona as velas,
e em seu coração agradece pela solidez do seu barco.
Sensato não é o enamorado que
se desespera com a separação; mas aquele que, por entre as lágrimas de saudade,
sorri docemente, ao recordar os momentos de felicidade.
Sensato não é o homem que se
desespera pela partida de um ente querido; mas aquele que agradece pelo tempo
em que lhe foi permitido desfrutar da sua abençoada companhia.
Sim; não deveis temer o tempo.
Até porque ele nada vos toma, que antes não vos tenha trazido; e, por certo,
para cada coisa que vos levar, algo valioso vos deixará em troca.
Pois, se vos rouba a rapidez
do caminhar, eis que vos ensina como cada passo vos pode levar mais longe; e,
se leva o vigor da juventude, traz a experiência que ensina a viver.
O tempo não é vosso inimigo;
nem vosso aliado, tampouco. É apenas o ambiente onde vos moveis; o cenário onde
representais o vosso papel, no teatro da Vida.
Se assim é, apenas de vós
depende escolher entre a tragédia e a comédia, o romance e o drama; porque cada
um de vós é o produtor, o protagonista e o diretor da sua própria peça.
E, se não vos cabe a escolha do
roteiro, é inteiramente vosso o direito de escolher como desempenhareis a parte
que vos cabe, até o momento de retornar aos bastidores.
Escolhei sabiamente, portanto.
Porque sois também o vosso público e os vossos críticos; de cada vez que a cortina cair sobre o palco, aplaudireis ou apupareis a vós mesmos.
Aprendei a usar o vosso tempo.
Nada levareis de cada ato, senão o que nele houverdes aprendido; e
apenas ao fim da peça, festejareis ou lamentareis o vosso desempenho.
Em vosso verdadeiro Eu.
Música: