OS PERSONAGENS DO UNIVERSO
Somos, talvez, os personagens do Universo.
Porém, mesmo se assim for, é certo que em cada novo dia podemos reescrever a nossa história. Porque cada um de nós não é uma página em branco, mas um livro composto por suas próprias experiências.
E a cada um cabe aprender com essas experiências. Pois a lição será repetida, tantas vezes quantas se façam necessárias ao aprendizado. E à dor se juntará o arrependimento de não a ter evitado.
Atentai, pois, para as vossas escolhas. Pois o pássaro que sobre o chão procura o seu alimento, não pode reclamar da serpente que lhe tira a vida; nem do Universo, que lhe deu as asas de que necessitava.
Àquele que escolhe a escuridão noturna, não cabe reclamar da ausência do sol, que ao mundo empresta a sua luz. E o beduíno, que decide viver no deserto, não se pode queixar da ausência do mar.
Eis que vos é dado escolher entre o egoísmo e a doação; a indiferença e o amor. Precisareis, entretanto, colher os seus frutos: a solidão inclemente, ou a doce sensação de companhia.
Tudo depende, em verdade, das vossas escolhas. Em cada dia de vossas vidas, sois chamados a dobrar esquinas; e cada uma delas vos pode levar a novos caminhos.
O Universo a tudo provê. E, como um pai amoroso, vos oferece todas as estradas; para que cada homem possa determinar o seu próprio rumo e aprender as suas próprias lições.
Deveis, portanto, escolher com cuidado o vosso caminho. E, quando uma estrada vos parecer coberta de rosas, lembrai-vos de que sob elas se podem esconder os espinhos que magoarão os vossos pés.
E não deveis temer as pedras, que em outro caminho vos pareçam existir. Porque o perigo não está no mal que se revela, mas no bem aparente, que guarda em si traiçoeiras armadilhas.
Menos perigosas são as presas brancas do lobo, que reluzem à luz do sol, do que os dentes envenenados da pequenina serpente, cujo vistoso colorido atrai o vosso olhar.
E o pântano fétido, que a todos assusta, é decerto menos letal que as belas dunas do deserto, que mudam de posição ao sabor do vento inconstante, desorientando o incauto viajante.
Cuidai-vos, portanto, quanto às vossas escolhas. Pois é ao escolher as causas, que determinais as consequências. É ao escolher as palavras, que estareis escrevendo a mais importante das histórias.
A vossa própria história.
Texto inspirado pela bela imagem; que, confesso, não sei de que site peguei.