APRENDENDO A CEDER
É preciso aprender a
ceder.
Porque ninguém pode
estar certo todo o tempo. E a única forma de ampliar os nossos horizontes é
analisar as opiniões das pessoas que nos cercam; e aceitá-las, quando forrem
corretas.
Porque cada pessoa é
um mundo, em si mesma; e por isto, de certa maneira, cada um de nós vive em um
mundo diferente. Precisamos aprender a gravitar juntos, sem choques ou
afastamentos.
Porque, embora
ninguém possa viver só, a verdade é que cada um precisa ter o seu próprio
espaço. E o encontro se torna mais fácil e constante, quando cada um anda
metade do caminho.
Observai a natureza.
E vereis que o carvalho orgulhoso, que se opõe à tempestade, termina muitas
vezes derrubado por um raio; enquanto o caniço humilde, que se dobra aos ventos,
sobrevive.
Não há vergonha em
ceder; insensato é prosseguir no caminho errado, quando se pode repensar e
tomar o rumo certo. O principal não é vencer o caminho, mas chegar aonde se
pretende ir.
Acaso, algum homem de
bom senso enfrentaria em vão a chuva e os relâmpagos, podendo abrigar-se
durante a borrasca e seguir o seu caminho em paz, depois que estiver sereno o clima?
De nada adianta,
quando nos recusamos a ouvir e insistimos em repetir os nossos argumentos, sem
ligar às palavras do outro. Melhor abrigar-nos no silêncio e tentar escutar
a razão.
Porque, precisamos
admitir, nem sempre a razão estará do nosso lado; e, se não estiver, teremos a
nossa oportunidade de repensar e aceitar novas ideias, que nos farão crescer no
aprendizado.
Mas, quando estamos
certos, podemos apresentar as nossas razões sem discussão. Enquanto dois falam ao mesmo tempo, ninguém ouve; e a razão não precisa gritar, para se
fazer ouvir.
Aprendamos a ceder.
E, para isto, o primeiro passo é aprender a ouvir; pois a maior parte do que
escutamos não passa dos nossos ouvidos, quando deveria chegar a nossa mente e nosso
coração.
O segundo passo, que
talvez seja o mais difícil, é vencer o orgulho. É reconhecer que não somos
donos da verdade e às vezes precisamos renunciar às nossas verdades e aceitar
as alheias.
Pratiquemos, pois, a
humildade. Tenhamos presente que aquele que aceita uma nova ideia, não retrocede;
em verdade, avança. E não diminui as suas próprias ideias; antes, as faz mais
amplas.
Muitas vezes, ao
ceder obtemos os melhores resultados. As árvores que cedem os seus frutos são
mais procuradas por todos, e os mestres se tornam queridos por ceder o seu
conhecimento.
É preciso aprender a ceder. Faz parte de aprender a viver.
Música:
http://ohassan.dominiotemporario.com/marco/1_mantovani_e_sua_orquestra_till.mid
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