A GUERRA E A PAZ
Eu vos observo.
Vejo que,
ao mesmo tempo em que exaltais a paz, preparais os vossos canhões para a
guerra. E não entendo essa diferença entre o que dizem as
vossas bocas e o que fazem as vossas mãos.
Acreditais,
acaso, que o medo recíproco seja a única forma de manter a paz entre os homens?
Deixai-me dizer-vos que ocorre o contrário: o medo que tendes, uns dos outros,
vos leva às guerras.
Sim; eliminai o medo de vossos corações, e não mais haverá motivos para guerras. Se,
um dia, chegardes a confiar nas pessoas, não mais necessitareis de muros, ou de fronteiras. Sereis todos irmãos.
Mas o que
faríeis, então, das vossas bandeiras? Em um mundo irmanado, de homens unidos,
como lucrariam aqueles que vos manipulam pelos preconceitos, pelo orgulho e por
vosso medo às diferenças?
Em um
mundo onde os homens caminhassem juntos, de mãos e corações entrelaçados, para que
necessitaríeis dos vossos sacerdotes, se o Coração do Universo caminharia
também entre todos vós?
Fazei a
vós mesmos essas perguntas; e percebereis porque até hoje persistem as mesmas
situações e os mesmos sofrimentos. Porque a fome, a violência, a desonestidade
e a guerra não foram banidas.
Percebereis
porque os mais fortes abusam dos mais fracos; porque as vossas leis favorecem
as maiorias e subjugam ainda mais as minorias. Porque vos julgais diferentes,
sendo filhos do mesmo Pai.
É o medo,
que está na raiz da maioria de vossos males. Porque sois inseguros, tentais
mostrar-vos confiantes; porque vos achais fracos, quereis mostrar força; porque
vos julgais menos, fingis que sois mais.
O ciúme
não é mais do que o medo de ser trocado por outras pessoas; o orgulho é o medo de ser inferior; a arrogância é o medo de ser contrariado; o apego às coisas materiais é o
medo das privações.
Contai-me
os sofrimentos das vossas almas; e eu vos mostrarei a sombra do medo, por trás
de cada um deles. A criança chora em meio ao escuro, por medo; por não saber o
que se oculta nas sombras.
Assim
como acontece ao velho, com a aproximação da partida e o temor do que virá
depois. E ao jovem, que muitas vezes reluta em apaixonar-se e ser feliz, por medo
de vir a sofrer se um dia o amor se for.
Eu,
entretanto, vos digo que de nada adianta temer o futuro; ele se tornará
presente, e virá a resolver-se por si mesmo. O que vos cabe é aproveitar o
momento; e para isto precisais vencer o medo.
Afastai
os vossos medos, para que possais caminhar livres e ser o que sois. Dia virá em
que conhecereis a verdade e aprendereis que deveis confiar uns nos outros;
porque caminhando juntos, sereis felizes.
Nesse dia, enfim, a paz reinará.
Música:
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