O Árabe

Idéias, sentimentos, emoções. Oásis que nos ajudam a atravessar os trechos desérticos da vida...

sexta-feira, 28 de junho de 2013

O AMOR


Não vos deveis iludir, vendo no amor a vossa ponte para a felicidade. 

Vede-o, antes, como o sonho que anima os vossos passos; que vos traz forças para a caminhada constante em busca do Conhecimento, da Vida e da Eternidade. 

O amor não é apenas a nuvem, que no céu assume os formatos criados pela imaginação do vento; é também a chuva benfazeja que cai sobre a terra, preservando a vida.

O amor não está apenas na beleza e no perfume da flor, mas também no ramo que a acolhe, na raiz que da terra extrai o alimento e na seiva que sustenta a planta.

O amor não está apenas na mão generosa que distribui a dádiva; mas também no trabalho honesto, que com o próprio esforço tornou possível existir a doação.

O amor não está nos gemidos de prazer, mas na ânsia que domina os amantes durante o encontro dos corpos e leva as almas a buscar no orgasmo a sensação de plenitude.

O amor não traz o desejo irracional de possuir alguém, mas a generosidade de renunciar ao egoísmo; de colocar a felicidade do amado acima da própria felicidade.

O amor não é a inocência, mas a malícia temperada pelo carinho; não é a pureza, mas o encanto da luxúria a dois. Não é sagrado, nem profano; é a canção da Vida em vós.

O amor é a gota que escorre da testa suada e cai sobre uma boca  entreaberta em sussurros de ânsia; é a língua que a colhe e faz desaparecer entre os lábios vermelhos e ofegantes.

O amor é a carne que penetra a carne, para que as almas se possam encontrar. É o gozo e o sofrimento, a mais doce companhia e a pior solidão, o efêmero e a eternidade.

O amor é a paz e a inquietude; o ciúme e a renúncia, a compreensão e a intolerância, o perdão e a vingança. A sensação de possuir o mundo e no instante seguinte o vazio de nada ser.

O amor é a canção que flutua no ar e o murmúrio das ondas na praia. É o doce silêncio de quando nada é preciso dizer e o silêncio opressivo de quando nada resta a dizer.

O amor é a sensação de poder e a agonia dolorosa da impotência. É ele que vos transforma em anjos ou demônios, ao sabor dos vossos caprichos e das vossas fraquezas.

O amor é o tudo e o nada; o vosso céu e o vosso inferno. Brilha nas cores vivas da alvorada e soluça na escuridão profunda da noite sombria, entre o descaso e o abandono.

Escusai-vos de querer entender o amor. Porque ele não vos pertence, mas apenas visita os vossos corações; a sua casa é na mansão do amanhã, onde vivem os vossos sonhos.

No coração do Universo.

Imagem encontrada na internet.
 

sexta-feira, 21 de junho de 2013

AS SEMENTES E A COLHEITA



Em cada hoje, semeais o amanhã.
Lembrai-vos portanto do ontem, ao escolherdes as sementes de hoje. Porque os dias se repetem e se as mesmas coisas semeardes, as mesmas coisas havereis de colher.

Tende presente esta verdade e decerto escolhereis melhor as sementes que lançais ao vosso redor. Porque o homem deseja para si mesmo apenas a melhor colheita.

E, entretanto, não se preocupa em semear o que deseja colher. Planta o egoísmo e espera receber a companhia, semeia a ira e conta com o perdão, planta o ódio e quer o amor.

Algum dia, talvez, aprendereis que as pessoas que vos cercam são como espelhos e as suas atitudes refletem as vossas próprias atitudes; são para vós como para elas sois.

Aquele que semeia o medo receberá a dissimulação; quem planta a violência colherá a agressão e aquele que distribui a intolerância nada deve aguardar senão a rejeição.

É assim que é. Como a água e o azeite não se misturam, as pessoas não conseguem conviver com outras que a elas não se assemelhem, que não tenham os mesmos valores.

Eis que o trigo não prospera entre as ervas daninhas, as plantas não crescem sobre as pedras e os homens de bem não vivem entre aqueles que não têm princípios.

Como alguém pode aguardar a verdade, se ao seu redor espalha apenas mentiras? Como espera viver em paz, se em sua alma cultiva a irritação e a beligerância?

Cuidai das vossas sementes. Pois não vos é necessário arar o terreno, nem irrigar as vossas lavouras; é nos corações humanos que plantais e não existe solo mais fértil.

Entretanto, como o lavrador não colhe apenas as sementes que plantou, também aquelas que espalhardes retornarão para vós multiplicadas pelos corações onde caíram.

Guardai-vos, portanto, de espalhar a indiferença; ou todos vos serão indiferentes. Evitai a intolerância, ou não podereis esperar perdão para as vossas próprias falhas.

Buscai, sim, oferecer amor; pois assim sereis amados. Estendei a vossa mão e jamais vos faltará o amparo; oferecei o vosso azeite e jamais se apagará a vossa candeia.

Deitai sempre, ao vosso redor, as melhores sementes. Porque assim sereis contemplados pelo Universo, que sobre elas derramará copiosamente a Sua própria essência.

E abençoará a vossa colheita.  

Texto inspirado pela bela imagem, disponível na internet.      

sexta-feira, 14 de junho de 2013

EU VOS ENTENDO

 
É o Amor que tento trazer a vós.

Pois a amizade é o amor, despido de todos os interesses e usando as suas vestes mais puras; o amor que nada deseja, senão o melhor para o ser amado.

O amor que não se alimenta de beijos e abraços, mas de afinidade e compreensão. O amor que não faz sofrer com o ciúme e o desejo de posse, porque é pleno em si mesmo.

Deixai-me dizer que vos amo. E, embora não conheça a maioria de vós, sou capaz de entender os vossos anseios e os vossos sonhos; as vossas alegrias e as vossas tristezas.

Entendo a vossa coragem e os vossos medos; conheço as vossas incertezas e as vossas dúvidas, os vossos amores e a vossa indiferença. As vossas ilusões e os vossos desenganos.

Entendo  a dualidade que existe em cada um de vós. A ânsia da paixão e a plenitude da ternura, o doce sabor do sucesso e o amargor do fracasso, o perdão e a vingança.

Entendo o vosso desejo de paz e a vossa atração pela guerra; o vosso orgulho e a vossa humildade, o altruísmo e o egoísmo, a generosidade e a avareza que se alternam em vós.

Entendo a vossa fé e a vossa descrença, as vossas esperanças e o vosso desânimo. Conheço as mudanças que se operam em vossa alma, ao sabor das ondas  do tempo.

Eu não vos entendo porque vos amo. E vos digo que não deveis acreditar naqueles que vos dizem que para amar é preciso entender, ou que para entender é preciso amar.

Ao contrário: ninguém é tão difícil de entender como aquele que se ama. Bem o sabe o coração, que atravessa noites insones quando o magoam as atitudes do ser amado.

Eu vos tenho dito que o Amor se basta a si mesmo. Quando amais, é supérfluo entender; até mesmo acreditar. É para conviver, que se torna necessária a compreensão entre vós.

Não é porque vos amo, que vos entendo. Mas porque sou igual a cada um de vós; porque vivem em mim a mesma centelha do Universo e as mesmas emoções que habitam em vós.

São as mesmas a nossa grandeza e a nossa pequenez. Somos folhas da mesma árvore, estrelas do mesmo céu; e eu vos amaria da mesma forma, ainda que não vos entendesse.

E da mesma forma vos seria grato. Pela companhia constante e amiga, pela atenção e pelo carinho que me afagam e confortam; por ouvirdes com o coração as minhas palavras.

Sou apenas uma flauta, que o sopro do Universo atravessa.

E é a canção do Seu amor que busco trazer até vós. 


Ontem, o nosso oásis completou 6 anos; graças a cada um de vocês. 
De coração, muito obrigado!   
 

sexta-feira, 7 de junho de 2013

BALADA DO AMOR INSANO



Acolhe-me em teus braços.
Pois já se aproxima o crepúsculo; em breve as sombras da noite cobrirão o mundo, e mais uma vez o medo e a incerteza virão em busca de minha alma inquieta e confusa.

Os meus sonhos, alados e coloridos como as borboletas, não resistem ao frio e à bruma cinzenta em que a tua ausência mergulha o nosso mundo e o meu coração apaixonado.

Porque quero sentir a minha vida, que pulsa em tuas veias e lateja em meu desejo de ti. Porque quero sentir o calor do teu corpo, a paixão em tua carne, a ternura em tua alma.

Deixa-me te amar na noite, no amanhecer, em todas as horas de todos os dias. Porque é certo que te amo e vivo por ti, mesmo nos momentos em que busco a solidão.

Na tua ausência encontro a saudade, e no teu retorno vivo intensamente a festa da plenitude. A distância separa os corpos, mas não consegue impedir o encontro das almas.

Sim; é certo que te amo. E esta é a minha verdade maior, ainda que não a sussurre senão aos teus ouvidos, e não a possas ver senão refletida em meus olhos.

Eis que a verdade não necessita gritar, para se fazer ouvir. E o meu amor é tão grande, que consegue preencher o vazio das horas desoladas em que sinto a tua falta.

Acolhe-me em teus braços.

E envolve-me com o teu amor, para aquecer a minha alma. Porque já o vento do desamor percorre o mundo e leva em suas asas o pranto dos amantes que se perderam.

Porque não sou o general que luta as grandes guerras, mas o cantador que tange as cordas da sua lira, falando de amor a um mundo que ouve o estrondo dos canhões.

Porque é em ti que encontro a força de ir em frente; como o viajante, perdido na noite do deserto, encontra na estrela solitária a luz que lhe indica o caminho a seguir.

És o santuário da minha luxúria, a alcova da minha inocência, o sagrado e o profano que existem em mim; o teu corpo pacifica o meu corpo, a tua alma complementa a minha alma.

És o meu sonho, sendo a minha realidade. O manancial de onde brotam as minhas emoções mais intensas; de onde vem o meu sorriso mais doce, o meu pranto mais sentido.

Acolhe-me em teus braços.

E deixa-me dizer que te amo.  


FELIZ DIA DOS NAMORADOS! (12/06, AQUI NO BRASIL) 

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